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Luiz Fara Monteiro

Turismo brasileiro registra melhor primeiro semestre desde 2015, diz FecomercioSP

Setor faturou quase 15% a mais de janeiro a junho deste ano em comparação a 2022; viagens aéreas e hotéis puxam bom desempenho

Luiz Fara Monteiro|Do R7

Turismo brasileiro registra o melhor primeiro semestre desde 2015
Turismo brasileiro registra o melhor primeiro semestre desde 2015

O turismo nacional segue consolidando uma recuperação pós-pandemia com números significativos para um setor que, até 2022, ainda contava prejuízos. No primeiro semestre do ano, as empresas nacionais do setor faturaram, juntas, R$ 112,4 bilhões — um montante 14,9% maior do que no mesmo período do ano passado. Foi também o melhor desempenho desde 2015, segundo levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Segundo a entidade, aliás, a tendência é que o segundo semestre de 2023 mantenha a curva ascendente, tanto por causa das viagens a lazer quanto pelo crescimento dos eventos corporativos nas principais capitais do país. A perspectiva se alinha com a melhora da economia brasileira, que registrou alta nas taxas de empregabilidade e queda na inflação nos últimos meses, o que dá mais recursos às famílias para investir em produtos de turismo.

Para além dos prognósticos, alguns segmentos ajudaram a puxar o desempenho positivo do semestre. A partir de agora, essa análise é possível graças à modernização da Pesquisa Mensal de Serviços, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que permitiu à equipe técnica da federação detalhar o faturamento do setor como um todo dentro de categorias.

Dessa forma, essa pesquisa passará a contemplar oito segmentos, seguindo o mesmo padrão de estudos nacionais sobre turismo, como os que são elaborados pela própria FecomercioSP: transporte aquaviário, locação de meios de transporte, alojamento, transporte aéreo de passageiros, transporte rodoviário de passageiros, agências e operadoras de turismo, alimentação e atividades culturais, recreativas e esportivas.


AVIÃO E HOTEL PUXAM ALTA

Considerando essas categorias analíticas, os resultados das empresas de transporte aéreo de passageiros, como companhias de viagens, foram os que mais contribuíram para o desempenho geral: no primeiro semestre, o faturamento delas subiu 22,9% no período, em comparação a 2022.


Dados e análises técnicas sugerem que isso aconteceu porque o número de pessoas viajando de avião já é maior hoje do que no período pré-pandêmico — o que se explica, por sua vez, pela redução do tíquete médio das viagens aéreas em comparação ao ano passado. Essa realidade, inclusive, tende a arrefecer aumentos contínuos das receitas do segmento ao longo dos próximos meses.

Outro segmento que cresceu bastante de janeiro a junho foi o de aluguel de meios de transporte, como locadoras de veículos, que faturaram 22,4% a mais agora do que no mesmo intervalo de 2022. Na mesma toada, alojamentos — incluindo toda a rede hoteleira — obtiveram um acréscimo significativo de 23,8% nas receitas.


A única área com resultado negativo no período analisado foi a de transporte rodoviário de passageiros, que perdeu 4,9% do faturamento em seis meses. No entendimento da federação, esse número fica mais compreensível quando se observa o retorno gradativo do público às viagens aéreas — que, por causa dos preços mais altos, havia migrado para trajetos rodoviários durante e após a pandemia.

De acordo com a FecomercioSP, os resultados são positivos, e os prognósticos se mantêm até o fim do ano, mas ainda não é o cenário perfeito, principalmente porque os custos operacionais ainda estão altos, pressionando o caixa das empresas mesmo em um contexto de melhora nas receitas.

Sobre a FecomercioSP

Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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