Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

INMETRO órgão técnico ou balcão de negócios? Pneu reformado mata! 

Pneu de motocicleta não foi pensado para sofrer reforma. Tal processo é proibido e mata!

Moto Segurança e Trânsito|André Garcia, do R7

Durante palestra, aviso: diga não a pneu reformado
Durante palestra, aviso: diga não a pneu reformado Durante palestra, aviso: diga não a pneu reformado

Em 2011 escrevi o artigo “Viva ou morra por um pneu”, leia aqui, diante da possibilidade da legalização de reforma, remolde, recape, recauchutagem de pneu para motocicleta.

Houve direito de resposta de pelo menos quatro entidades e não duvido que venham aqui tentar justificar o injustificável.

Em país sério, o assunto já teria sido enterrado, mas no Brasil, dado o grande interesse financeiro, a vida humana é colocada de lado. Só as empresas do setor tem estudos sobre a possibilidade de utilização de pneu reformado. Detalhe: estudos não conclusivos, um tanto parcial, beirando a leviandade, para ser educado.

Ainda em 2011, a Resolução 158 do CONTRAN que proíbe esse processo de reforma para ciclomotores, motonetas, motocicletas e triciclos, chegou a ser suspenso, depois voltou a vigorar e continua vigente, na ocasião teve Projeto de Lei isentando impostos para a reforma de pneu, enfim, uma verdadeira vergonha. Indaguei à época por que não incrementar a legislação tributária para a indústria de pneus novos e sua comercialização no atacado e varejo com isenção de impostos?

Publicidade

O assunto nunca morreu, mas voltou à tona no último dia 22 de outubro, quando no INMETRO, leia aqui, o setor de reforma de pneus busca apoio do órgão técnico para a legalização e comercialização.

Pneu traseiro, rodava mais 4 mil km com segurança, mas o furo matou o pneu
Pneu traseiro, rodava mais 4 mil km com segurança, mas o furo matou o pneu Pneu traseiro, rodava mais 4 mil km com segurança, mas o furo matou o pneu

Em setembro viajei 7500km de motocicleta por Rondônia, levando ações de segurança viária com foco na motocicleta, optei por um pneu de perfil esportivo, mas com alta durabilidade quilométrica suportando peso, já que levei muita bagagem. Quando voltei de viagem, o pneu foi trocado com pouco mais de 14 mil km rodados e detalhe: rodaria com segurança mais uns 4 mil km.

Publicidade

Sabe por que foi trocado? Porque furou há 300 km do meu destino de retorno. Isso mesmo, um furo me fez trocar o pneu.

Quem pilota motocicleta, tem certa experiência, já realizou dezenas de testes, consegue sentir a diferença de performance em um pneu antes e depois de furado. Não tem a mesma aderência, não oferece a mesma manobrabilidade e mudança rápida de direção.

Publicidade

Fico imaginando um pneu reformado. Pneu de moto e de carro não foi pensado para sofrer reforma, deve ser utilizado para virar pavimento em rua urbana ou rodovia, aliás, rodovia pavimentada com pneu fica excepcional na chuva.

A carcaça do pneu e suas tramas não aguentam ou suportam uma reforma, não aguenta um furo. Evidentemente que minha experiência é com pneu radial, de uma complexidade ímpar, cujo composto é formado por uma carcaça flexível, disposta de maneira radial; e por outro, por armadura metálica para estabilizar a banda de rodagem. O trabalho dos flancos é, portanto, independente do trabalho da banda de rolamento. Um pneu diagonal é composto por uma sobreposição de lonas cruzadas foi pensado para baixa velocidade e considerável carga, motivo pelo qual equipa as motos de baixa cilindrada. Em tese a grosso modo, o pneu diagonal é mais frágil que o radial, apesar das suas diferenças de utilização. O diagonal pode suportar um remendo, mas porque jamais vai atingir alta velocidade e sua construção é menos complexa, não entra ar por exemplo entre uma e outra camada de borracha, mas jamais uma reforma.

Assim, seja em um ou outro, não cabe reforma, ao contrário de um pneu de caminhão que é diagonal mas tem muita borracha e foi pensado para sofrer reforma, desde que analisado a integridade de sua carcaça. 

E necessário a troca do jogo (dianteiro + traseiro)
E necessário a troca do jogo (dianteiro + traseiro) E necessário a troca do jogo (dianteiro + traseiro)

Portanto, quando o Presidente do INMETRO Sr. Carlos Augusto de Azevedo, que no texto da entidade afirma e defende a simplificação da regulação e estabilidade regulatória e uma fonte me disse que ele falou: “não vê problema nenhum em voltar atrás se esta decisão não for a mais acertada”.

Em outras palavras, se começar a morrer gente, voltamos atrás. A vida pode ser recuperada?

Com todo respeito, o grande problema no Brasil é que certas decisões são tomadas por quem não conhece absolutamente nada da matéria. A ANTP opina sobre motocicleta, não porque conhece sua dinâmica, mas porque perde um cliente por dia para o modal de duas rodas e tenta aniquilar sua principal característica: mobilidade.

Não podemos colocar a vida humana em risco sob o argumento da geração de empregos. Se fosse assim, poderíamos pensar na liberação de outros ilícitos em nome do emprego.

Gostaria de saber se esses burocratas teriam coragem de colocar um filho ou neto em cima de uma motocicleta com pneu reformado?

Faço aqui a afirmação que diuturnamente faço em minhas palestras: Diga Não a pneu reformado. Pneu recauchutado, remoldado, o diabo que o parta, MATA!

Mesmo em blitz, pego no pé em relação aos pneus
Mesmo em blitz, pego no pé em relação aos pneus Mesmo em blitz, pego no pé em relação aos pneus

Em lugar nenhum do mundo se discute a possibilidade de reutilização de pneus nos veículos. Lugar de pneu usado é no lixo ou em um bom asfalto.

Que o INMETRO criado em 1999, sempre no zelo aos direitos e a vida do consumidor, continue sendo um órgão técnico respeitável.

Entrei em contato por e-mail com INMETRO e partes interessadas do setor de reforma de pneus e até às 18 horas, não houve resposta. 

O canal está aberto.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.