Na contramão da crise, mercado de moto peças cresce
Exemplo é a Melc Motopeças que até setembro superou 80% de crescimento e projeta 100% até final de 2020
Moto Segurança e Trânsito|André Garcia, do R7
Diante das incertezas vivenciadas no início da pandemia, em meados de março deste ano, a Melc sofreu brusca queda nas vendas, obrigando a empresa a reduzir a jornada de trabalho, readequando seus processos e pessoal enquanto mantinha as atividades ao mínimo e garantia os empregos. Para isso, medidas sanitárias e de segurança também foram adotadas, como aumento no espaçamento entre pessoas no escritório, ampliação deste espaço no parque fabril, novo escalonamento no refeitório, com divisão de horário para reduzir a concentração de pessoas no local. Além é claro, da medição de temperatura de todos na entrada de cada turno, disponibilização de álcool gel em diversos pontos da empresa e distribuição de máscaras para todos os colaboradores. A partir de maio, com sinais de uma retomada e aumento nos pedidos a fábrica ganha novo ritmo para atender as demandas.
Na contramão do mercado, investiu na compra de três novas máquinas injetoras, contratou aproximadamente 80 colaboradores e está aguardando a entrega de um novo robô de pintura, ainda este ano. São três turnos operando com força total para atender a demanda (de todo o Brasil) que está na margem da capacidade da fábrica.
Alexandre José Saba, presidente na Melc Motopeças: "Atribuímos este aumento na procura por motopeças ao crescente uso da motocicleta como alternativa aos meios de transporte, sobretudo o transporte público, que sofreu grande variação durante as restrições de circulação e também devido ao aumento no uso da moto como fonte de sustento e emprego pelas famílias. A categoria dos motofretistas deu um salto, assim como dos aplicativos de entregas, uma vez que as pessoas passaram a depender mais dos serviços de entrega por não poderem sair de casa. Até o fechamento do mês de setembro já havíamos registrado crescimento acima de 80% nos negócios e esperamos superar os 100% antes de dezembro.".
Alavancada ainda por ações de incentivo a venda de motos e profissionalização dos motofretistas, tanto por parte do governo como ações de sindicatos da categoria, a circulação dos veículos de duas rodas nas ruas aumentou. Pessoas que perderam o emprego formal migraram para os serviços de entrega.
"Com isso, o segmento de motopeças dá sinais de que vai sair desta crise mais forte do que entrou", completa Michele Alves, gerente nacional de vendas Melc Motopeças.
ANFAMOTO - Segundo Orlando Leone, da Anfamoto, “Devido à praticamente interrupção das vendas de motos Zero Km, a manutenção nas motos da frota circulante cresceu, graças à atividade dos entregadores e ao aumento nos deslocamentos por motos”. O mercado de peças de reposição sempre se mostrou valente, apto a contornar crises, como ocorrido recentemente em 2012 e 2014, por exemplo. A paralisação das fábricas devido ao Covid-19 ajudou as empresas do setor de motopeças a atravessar o período de fechamento das cidades de forma mais serena, graças à demanda das pessoas por entregas em casa e todo tipo de prestação de serviços via motofrete. Mas a indústria foi impactada com o aumento nos valores e a escassez da matéria-prima em algumas atividades, o que pode ocasionar um reajuste nos preços em curto prazo. Soma-se a isso a alta do dólar, o crescimento da inadimplência, uma vez que as lojas fechadas e sem arrecadação, passaram a não honrar todos seus compromissos com os fornecedores, entre outros fatores econômicos que impactam a cadeia.
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