Por que vestir equipamento HLX? Uma história a ser contada
Equipamento para motociclista tem que levar em consideração nosso clima. Não adianta no meio do caminho, guardar a jaqueta comprada na Alemanha porque não aguenta o calor
Moto Segurança e Trânsito|André Garcia do R7 com participação de Letícia Vaz Guimarães
A HLX é uma fabricante brasileira de equipamentos para motociclistas, que tem destaque como a marca que introduziu a cultura do uso de calças jeans com proteção para motociclistas no Brasil, abrindo o mercado para este item, além de contar com um variado mix de produtos sempre unindo, segundo seu criador: “conforto, estilo e proteção”.
Ronaldo Guimarães, seu fundador, possui experiência na indústria têxtil desde 1985, quando junto de seu pai e seu irmão, fundou a fábrica com foco na fabricação de EPI´s (uniformes profissionais) e confecção de modas.
Foram décadas aprendendo e se aprimorando, fabricando e criando modelos para inúmeras marcas em diferentes estilos (casual, esporte, aventura, street, surf) e também para indústria (químicas, metalúrgicas, petroquímicas, alimentícia) que permitiram aliar esses dois segmentos antagônicos e criar em 2006 a HLX para motociclistas. Essa união dos quesitos da moda e do profissional que permitiram criar os produtos da marca.
Observa-se que a segurança e o conforto são inversamente proporcionais e esse foi o grande desafio ao desenvolver as peças: “A grande maioria das pessoas só usa equipamentos com a condição de não invadir a sua zona de conforto físico e estético. Ou seja, não adianta ser o melhor equipamento no quesito segurança se não for utilizado por ser desconfortável ou até mesmo não agradar esteticamente ”, afirma Ronaldo.
Nessa linha de raciocínio, vai aqui uma observação que in loco percebo no dia a dia, vejo inúmeros motociclistas que saem para passeio aos domingos todos equipados, em muitos casos, equipamentos adquiridos na Europa, que portanto foi pensado para aquele clima, e no meio do caminho tira a jaqueta que é guardada no top case.
Além de testar pessoalmente todas as peças, Ronaldo agregou a experiência dos usuários ao longo de 10 anos, atendendo atrás do balcão de sua loja. Com a primeira loja aberta no Shopping Moto Aventura (local especializado em produtos motociclistas no centro de São Paulo), houve grande contribuição para o aprimoramento de seus produtos, ele comenta: “Foi um privilégio e um choque de realidade o convívio com clientes de diferentes estilos, idades, gostos, enfim, só quem viveu sabe.”
A Calça
O surgimento das calças, há 13 anos atrás, veio de uma percepção do Ronaldo para essa carência do mercado, quando uma grande marca internacional retirou as calças jeans de sua linha no Brasil alegando que não era cultura do brasileiro usar este produto, Ronaldo identificou um erro de foco, o problema não era a cultura, mas o produto inadequado.
As marcas então só visavam produzir calças com material sintético e muito espelhado nos produtos europeus, que não representam as mesmas necessidades do Brasil, e logo, eram pouquíssimas usadas, apenas 6% dos motociclistas utilizavam e apenas para viagens longas.
Isso se dava ao fato das pessoas não terem o hábito do uso de calça de proteção, além de um produto que atendesse suas necessidades, que não se limitam a apenas proteção, englobam o conforto de mobilidade, temperatura, praticidade e a estética.
Na visão do empresário: “Os produtores de material para motociclistas cometeram um erro de interpretação e foi quando corremos na direção de algo totalmente novo e com o DNA do Brasil. Corremos contra tudo que havia na época para criar as calças jeans com proteção, totalmente inédita no mercado, pois o objetivo das minhas calças não é concorrer com as outras de proteção, mas com as calças jeans convencionais, para o dia a dia”.
Com a criação de calças houve uma quebra de paradigma a ponto de hoje podermos ver motociclistas usando as calças HLX no dia a dia, na cidade, na estrada e até em eventos. A HLX soube interpretar o real desejo de quem pilota a moto: praticidade, segurança, mas com conforto e prazer. Por isso os motociclistas não buscam apenas por uma calça com proteção, mas eles querem a “calça HLX”.
“Continuamos com o objetivo pela busca incansável por um produto que possa oferecer muito estilo, conforto e proteção de verdade. A HLX possui peças usuais no dia a dia, que, ao agregar a segurança, não subtraem conforto e estética".
Muito além da calça, hoje a marca conta com um mix de produtos com jaquetas, calças, botas, luvas, abrigo de chuva e a linha recém lançada MOVE, composta de itens de primeira qualidade “segunda pele”.
Sonho, desafio e realização
O primeiro produto desenvolvido foi na verdade uma jaqueta térmica e impermeável, seguido pelo conjunto de chuva e polaina, que, ganhando atualizações, existem até hoje.
A história de Ronaldo Guimarães com motos se inicia aos 16 anos, quando comprou uma CB 350 escondida do pai. Onze meses depois, quando descoberto, teve que vendê-la e retornou a comprar uma moto passados 30 anos desse fato, já com a existência da HLX.
“Quis recomeçar com uma 250cc, aconselhado pelo amigo Laertes Torres, junto com a abertura da primeira loja no Shopping Moto e Aventura”, conta Ronaldo. Nesse ponto a marca já tinha dois anos, um começo que foi muito difícil pela não aceitação dos lojistas principalmente, “uma vez que eu nem andava de moto, e não tinha, para eles, nenhuma relação com o mercado”, comenta.
A segunda loja, no Shopping SP Market, foi uma novidade, uma loja para o motociclista de segunda a segunda das 10 às 22h e, no mesmo shopping, o curso de pilotagem urbana.
“Após ter conhecido o saudoso Carlos Amaral e fazer seu curso de pilotagem defensiva, fiquei impressionado e consciente da importância de passar por um treinamento desse. Quis levar os cursos e a conscientização para lá e foi aí que ao oferecer aoTite Simões, me surpreendeu dizendo que só aceitaria se eu fizesse parte, aí fundamos a ABTRANS (Academia Brasileira de Trânsito)”.
Em 2019, realizando um sonho pessoal, Ronaldo fez a primeira corrida no SBK, na Copa CB 500 da Honda, seguida por mais três provas. Uma experiência incrível e indescritível para quem começa aos 55 anos de idade.
No ano seguinte, apesar de todas as turbulências, participou do campeonato brasileiro pela R3 e o SBK com a CB650, o que foi divertido e desafiador pois não pertencia a esse universo. Sempre com novos planos, Ronaldo pretende fazer novamente a Yamalube Blu Cru R3 Cup e novos projetos para a HLX.
Porque recomendo os equipamentos HLX para o motociclista que faz uso da moto ou de scooter no dia a dia, pequenas viagens, mas não recomendo para quem sai de casa com a intenção de fazer MOTOGP na rua ou rodovia, primeiro porque a calça visa conforto e possível impacto em caso de acidente e não arrasto aerodinâmico proveniente de alta velocidade, segundo que fazer coisa errada em lugar errado, nem o melhor equipamento do mundo vai salvar a vida do piloto equivocado. A calça é utilizada no dia a dia em pequenas viagens e dependendo da moto até grandes viagens, a jaqueta é confeccionada com material igual ou superior a qualquer outra marca, mas com um detalhe, é extremamente ventilada e mesmo parado o usuário não vai cozinhar. A segunda pele me surpreendeu positivamente, algo que uso sempre, é muito confortável e seca rápido, inclusive uso balaclava porque o suor não passa para o capacete.
Necessário deixar bem claro, que há equipamento de segurança para cada momento. Exemplifico: Sair de moto pela cidade com macacão de couro, além de desconfortável, vai passar calor, vai desidratar mais rápido, o uso ideal é em autódromo ou longas viagens depedendo da moto. No uso off road o equipamento é outro e assim por diante.
Rafael Paschoalin piloto Road Racing que venceu em 2019 a corrida da montanha conhecida como Pikes Peak International Hill Climb, disputado no Colorado, EUA, gostou tanto da segunda pele que inseriu como parte de seu equipamento. Se Deus permitir em breve estará disputando TT da Ilha de Man.
Vivenciando o mercado há mais de uma década, quem conhece meu trabalho sabe meu nível de exigência e o quanto pego no pé para utilizar equipamento, aliás aprendi com Yoshiaki Kato, Mestre que me tornou instrutor de pilotagem pela Yamaha, que não se sobe em uma motocicleta sem equipamento completo. E por conhecer o mercado, já me adianto, já que não falo pelas costas, sou direto, os maus intencionados que só apontam o dedo e criticam que me perdoem, mas a matéria não se trata de jabá ou merchandising, mas fazer justiça com um brasileiro (muito mal copiado, por sinal) apaixonado por motocicleta que como poucos, onde me incluo nisso, pensa 24 horas por dia na segurança do motociclista e se dedica a salvar vidas. Precisamos abandonar o perfil de vira-lata e valorizar o que é do Brasil, lembrando que equipamento (EPI) precisa ser pensado para nosso clima.
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