Agricultura regenerativa ganha força no Brasil
Programas de sustentabilidade e protagonismo feminino transformam a produção rural

Práticas regenerativas estão sendo cada vez mais adotadas na agricultura brasileira, permitindo que produtores reduzam impactos ambientais, aumentem a eficiência do uso do solo e promovam cadeias produtivas mais sustentáveis.
O Mundo Agro conversou com Barbara Sollero, Head de Agricultura Regenerativa da Nestlé Brasil, durante a 10ª edição do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA), em São Paulo.
Ela explicou como programas de sustentabilidade estão apoiando milhares de produtores no Brasil, promovendo rastreabilidade, capacitação e assistência técnica. Além disso, destacou o papel crescente das mulheres no campo, mostrando como o protagonismo feminino está acelerando a inovação e fortalecendo sistemas produtivos mais resilientes.

Mundo Agro: Eu já tive a oportunidade de conhecer de perto dois programas: Nature por Ninho, dedicada ao leite, e Nescafé Plan, para o café. Ainda falta o Cocoa Plan, voltada ao cacau. Eu gostaria de falar um pouco sobre as ações da Nestlé voltadas para a agricultura regenerativa.
Barbara Sollero: A Nestlé trabalha na transição para a agricultura regenerativa dentro de nossos compromissos climáticos, buscando a descarbonização das operações até 2050 — o nosso objetivo de net zero. O Brasil tem grande relevância para o grupo, pois cerca de 25% das matérias-primas utilizadas pelo grupo vêm do país, principalmente leite, café e cacau.
Quando analisamos as emissões, 70% delas estão nos ingredientes, ou seja, no campo, nas principais matérias-primas. Por isso, implementamos programas adaptados a cada realidade de produção, mas com eixos comuns: rastreabilidade da matéria-prima, compliance social e ambiental, treinamento e desenvolvimento de produtores e assistência técnica para práticas regenerativas, que permitem reduzir emissões.
Mundo Agro: Qual é o impacto desses programas no Brasil?
Barbara Sollero: Hoje, nossas ações impactam mais de 15 mil produtores, com aproximadamente 140 mil campos de futebol em processo de regeneração. Isso representa um volume considerável e um impacto real na sustentabilidade das cadeias produtivas.
Mundo Agro: E a participação das mulheres nesse processo?
Barbara Sollero: Acreditamos muito no poder transformador das mulheres nos sistemas alimentares. Elas trazem foco em eficiência, resiliência e regeneração. Empoderar essas mulheres e dar protagonismo a elas acelera a transição para sistemas alimentares mais sustentáveis, algo estratégico para a Nestlé.
Mundo Agro: No CNMA deste ano, quatro produtoras de matéria-prima para a Nestlé concorreram ao 8º Prêmio Mulheres do Agro: Claudia Carvalho Calmon de Sá (cacau, BA), Naiara e Noêmia Kasmin de Oliveira (café, MG), Juliana Basso (gado leiteiro, MG) e Rhaissa Martins Gustin (leite, MG). O que isso representa?
Barbara Sollero: É um momento de reconhecimento e celebração. Temos representantes das três cadeias produtivas entre as finalistas, o que nos enche de orgulho. Estar entre as finalistas já é uma vitória e certamente traz motivação para que continuem nessa jornada transformadora.
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