Paraná: Previsão de safra aponta alta na produtividade do feijão e cebola
No entanto, a soja, principal produto agrícola do estado, foi impactada pelas condições climáticas

Os novos números da Previsão Subjetiva de Safra (PSS) foram divulgados hoje pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
A produção de soja foi reavaliada para 21,3 milhões de toneladas, representando uma quebra de 4% em relação às 22,3 milhões de toneladas inicialmente previstas, embora ainda supere em 15% as 18,5 milhões de toneladas colhidas no ano passado.
“O número atual é particularmente frustrante quando observadas as ótimas condições de lavoura apresentadas até meados de dezembro, quando ainda havia indicativo de que se pudesse estabelecer um novo recorde para a cultura”, comentou o agrônomo Carlos Hugo Godinho, do Deral.
Segundo o levantamento, 18% dos 5,77 milhões de hectares já foram colhidos. As regiões mais afetadas por problemas climáticos foram Oeste, Noroeste e Centro-Oeste.
Além da perda de produtividade, preocupa também a queda nos preços da soja. Em 19 de dezembro de 2023, o preço médio da saca no balcão era de R$ 127,57. Na última quarta-feira (29 de janeiro), caiu para R$ 117,83, um recuo de 8%.
Por outro lado, a produção de feijão traz boas perspectivas. A primeira safra está praticamente colhida no Paraná, com produção em alta. A estimativa é de 341,7 mil toneladas colhidas em 169,2 mil hectares semeados. No ano passado, foram cultivados 107,8 mil hectares, com produção de 160,4 mil toneladas.
A cebola também complementa o cenário positivo. A safra 2024/25 está encerrada no Paraná, com produção de 131,7 mil toneladas, um aumento de 51,8% em relação às 88,8 mil toneladas do ciclo anterior.
“O tempo seco na virada do ano contribuiu para a evolução rápida das colheitas já em janeiro, o que tinha sido observado somente em duas outras safras na década passada”, analisou o engenheiro agrônomo Paulo Andrade, do Deral.
A maior parte (47,6%) saiu dos campos de Guarapuava, seguida por Curitiba (26,1%) e Irati (17%), que são responsáveis por 90,8% da cebola colocada no mercado paranaense. Até a última semana os produtores já tinham comercializado cerca de 92,5 mil toneladas.
Mas o preço não agradou o produtor. Em dezembro de 2023 a cotação estava em R$ 59,06 a saca de 20 quilos. No último mês, pela mesma saca, eram pagos R$ 18,99.
“O excesso de cebolas na atual safra em todo o País contribuiu para os preços baixos em todos os elos da cadeia”, registrou o agrônomo do Deral.