Doação na pandemia sobe, mas trimestre é o pior em 12 meses
Segundo Monitor das Doações, pessoas e empresas voltaram a doar em março, mas bem menos que há um ano
O que é que eu faço Sophia|Sophia Camargo, do R7 e Sophia Camargo
As doações para combater o coronavírus cresceram em março e atingiram os maiores volumes desde agosto do ano passado, segundo levantamento do Monitor das Doações Covid-19, iniciativa da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR) que mede a quantidade de doações motivadas pela pandemia de coronavírus.
De acordo com a pesquisa, o número de pessoas e empresas que fizeram doações em março também foi o maior desde setembro de 2020.
Segundo o diretor-executivo da ABCR, João Paulo Vergueiro, o crescimento das doações em março é um resultado bastante animador, porém muito distante do tamanho da generosidade observada no início da crise.
"Apesar do crescimento no volume mensal das doações, o volume de doações do último trimestre é o menor dos 12 meses de acompanhamento realizado pela ABCR no Monitor das Doações Covid-19", diz.
Segundo o monitor, as doações tiveram uma explosão entre os meses de março e maio de 2020 — passaram de R$ 450 milhões em março daquele ano para R$ 3,7 bilhões em abril e R$ 5,5 bilhões em maio, mas foram perdendo a força no decorrer do ano, como mostra o indicador da variação mensal das doações.
Enquanto a variação mensal das doações no trimestre entre abril e junho de 2020 foi de R$ 5.323 bilhões, o trimestre compreendido pelos meses de janeiro e março de 2021 somou R$ 190 milhões - desse total, 78% foram doados só no mês de março (R$ 148 milhões).
A menor variação mensal de doações ocorreu de outubro para novembro: R$ 9 milhões de reais (total doado em todo o país).
Em fevereiro, a variação mensal de doações foi positiva em R$ 19 milhões e, em março, subiu para R$ 148 milhões entre o volume doado no mês anterior. Um aumento animador, mas ainda pequeno diante da enormidade da fome na pandemia.
Com a queda no volume de doações, a piora da pandemia e o fim do auxílio emergencial, as organizações voltaram a fazer campanhas pedindo ajuda para combater a fome e levantar recursos para saúde.
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Segundo Márcia Kalvon Woods, presidente da ABCR, é “fundamental que pessoas e empresas continuem doando e, principalmente, que planejem suas doações para serem recorrentes. A crise atual não é só sanitária, é humanitária e social e deve perdurar no médio prazo.”
Desde março de 2020 até esta terça-feira (31) foram doados R$ 6.728 bilhões.
O Monitor das Doações covid-19 foi criado pela ABCR no final de março de 2020, e está disponível em https://www.monitordasdoacoes.org.br/.
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