O que é que eu faço Sophia Saiba onde investir em previdência para pagar menos IR em 2022

Saiba onde investir em previdência para pagar menos IR em 2022

Para pagar menos imposto já no próximo ano é preciso investir no modelo certo de plano até o dia 31

Só declaração pelo modelo completo permite a dedução

Só declaração pelo modelo completo permite a dedução

Pixabay

Quem faz a declaração pelo formulário completo (de deduções legais) do Imposto de Renda tem até o dia 31 de dezembro para investir em um plano de previdência privada para diminuir a mordida do Leão em 2022.

O prazo para quem quer aproveitar a dedução de até 12% dos rendimentos tributáveis já no próximo ano é até o dia 31 porque a declaração de ajuste anual do IR leva em conta todas as movimentações feitas pelo contribuinte até o último dia do ano-calendário.

Mas é preciso ficar atento a vários pontos para poder usufruir da vantagem fiscal da previdência, pois, caso você escolha o plano errado ou declare pelo modelo simplificado, não terá a vantagem da dedução.

Um exemplo: a contribuição à previdência oficial é integralmente dedutível do IR, mas as contribuições à previdência privada são limitadas a 12% do rendimento tributável e só podem ser deduzidas se o contribuinte também tiver pago a previdência oficial.

As contribuições também têm de ter sido feitas no ano de 2021, não vale ter só saldo em previdência e querer deduzir.

Para investir em previdência e aproveitar as vantagens é preciso levar em consideração vários aspectos, como o tipo de plano, o tipo de tributação, o tipo de declaração do IR e também se há herdeiros ou não.

A previdência privada oferece uma vantagem importante na hora da sucessão, que é o fato de não entrar em inventário. Por isso, após a morte do titular do plano, o dinheiro é liberado de forma mais rápida para os herdeiros. Também é o titular do plano quem decide quais são os beneficiários e qual percentual deseja destinar a cada um, de forma simples, sem necessidade de testamento.

Veja o que levar em consideração para poder aproveitar o benefício:

1) Tipo de plano

O primeiro ponto a levar em consideração é a escolha do plano. Só o PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres) permite que o contribuinte possa deduzir até 12% dos rendimentos tributáveis.

O VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres) é considerado, para fins de Imposto de Renda, como uma aplicação financeira, e não como um plano de previdência privada.

2) Tipo de declaração de Imposto de Renda

O modelo pelo qual o contribuinte declara o Imposto de Renda é fundamental para decidir se investe em previdência com fins de dedução.

Para aproveitar a vantagem fiscal, o modelo escolhido deve ser o das deduções legais (conhecido como modelo completo), pelo qual o contribuinte lista todos os gastos que teve com dependentes, educação, despesas médicas etc.

Quem declara pelo modelo simplificado aceita uma dedução de 20% sobre os rendimentos tributáveis cujo limite varia ano a ano e não tem vantagem fiscal se contribuir para o PGBL.

É que o modelo simplificado dá um desconto geral que abrange todos os gastos que o contribuinte teve no ano com as despesas dedutíveis como educação, previdência privada e despesas médicas, por exemplo.

3) Regime de tributação

Outro ponto muito importante a considerar é o regime de tributação, ou quanto terá de pagar de imposto sobre o que o dinheiro vai render.

No regime de tributação regressiva, a alíquota do imposto diminui ao longo do tempo, começando em 35%, em até dois anos (por isso não é recomendado para curto prazo), e chegando à menor alíquota, de 10%, para quem deixa o dinheiro por mais de dez anos.

O regime de tributação progressiva é o mesmo da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física, vai até 27,5%.

Ao investir em PGBL, o investidor não vai deixar de pagar o imposto devido ao governo, mas adia esse pagamento apenas para quando houver o resgate do plano. A isso se dá o nome de "diferimento fiscal".

Esse imposto que se deixa de pagar ou restituir a mais pode ser usado para fazer um investimento, por exemplo.

Mas no plano do tipo PGBL o imposto incide sobre o total da aplicação, enquanto o imposto da modalidade VGBL vai incidir apenas sobre os rendimentos do plano.

Marcos Santos/USP Imagens

Como calcular quanto investir na previdência

Para calcular quanto investir em previdência privada de modo a usufruir integralmente do benefício da dedução, some o total dos seus rendimentos tributáveis (que são o salário, a aposentadoria, a renda de aluguéis, a pensão alimentícia recebida etc.) e depois calcule os 12% em cima desse valor.

Exemplo: se uma pessoa tem um rendimento bruto tributável de R$ 100 mil no ano, poderá deduzir até R$ 12.000 no ano com previdência privada. Isso significa que poderá aplicar, naquele ano, até esse limite para poder deduzir esse valor integralmente do Imposto de Renda.

Valores como décimo terceiro e PLR (Participação nos Lucros e Resultados) não entram nessa conta, pois são Rendimentos Tributados Exclusivamente na Fonte.

Mas, se quiser aplicar em previdência acima desse limite de 12%, poderá optar pelo VGBL para ter outro tipo de vantagem fiscal na hora do resgate do plano, já que no VGBL apenas os rendimentos são tributados, enquanto no PGBL o IR incide sobre todo o montante da aplicação.

PGBL
• Indicado para quem faz a declaração de ajuste de renda pelo modelo completo.
• Permite dedução de até 12% dos rendimentos tributáveis na declaração.
• No resgate, o Imposto de Renda incide sobre o total da aplicação.


VGBL
• Indicado para quem faz a declaração de ajuste pelo modelo simplificado ou para quem quer investir em previdência privada acima do limite de 12% de rendimento tributável.
• Não permite dedução na declaração.
• No resgate, o Imposto de Renda incide apenas sobre os rendimentos da aplicação.

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Tem alguma dúvida sobre economia, dinheiro, direitos e tudo mais que mexe com o seu bolso? Envie suas perguntas para “O que é que eu faço, Sophia?” pelo e-mail sophiacamargo@r7.com

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