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Quem são os seguidores de Hytalo Santos?

Prisão do influenciador levanta debate sobre a banalização da infância e a adultização de crianças nas redes sociais

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Hytalo Santos, influenciador seguido por milhões nas redes sociais, foi preso sob suspeita de exposição de menores de idade e tráfico humano Reprodução / Redes Sociais

“A gente está aqui sem nem entender o porquê”. A declaração do influenciador Hytalo Santos à justiça, preso por exploração de menores, não apenas surpreende, mas também expõe um problema que vai muito além do caso em si: a banalização da infância.

O mais irônico é que é possível que ele, de fato, não tenha compreendido a gravidade da exposição dos jovens que viviam com ele — assim como seus milhões de seguidores também não pareciam enxergar.


Até a denúncia viralizar, mais de 17 milhões de pessoas acompanhavam, comentavam e até incentivavam os conteúdos publicados por Hytalo e pelos adolescentes que moravam com ele.

Quem eram esses seguidores? Jovens, adolescentes e até pais de família, que consumiam aquilo como entretenimento e não percebiam — ou escolhiam não perceber — os riscos escondidos por trás de vídeos que incluíam danças sensuais e vendiam intimidade como forma de entretenimento.


Esse é um ponto alarmante: não se trata apenas do influenciador em si, mas da audiência massiva que legitima comportamentos similares e acaba colaborando para a perda da infância.

Menos telas

Hoje, infelizmente, é comum presenciar crianças expostas a conteúdos, músicas e comportamentos que não correspondem à sua idade. Festas infantis embaladas por funks de conotação sexual, meninos e meninas reproduzindo coreografias sensuais para as câmeras e até desenhos que, em vez de transmitir valores, acabam reforçando atitudes distorcidas. Tudo isso contribui para acelerar a chamada adultização precoce.


As redes sociais, nesse cenário, funcionam como vitrines: incentivam práticas que, em outros tempos, seriam vistas como preocupantes. Assim, o que deveria ser brincadeira e inocência é trocado por gestos, palavras e estímulos que podem influenciar a mentalidade de uma geração inteira.

É verdade que, em meio à rotina corrida, muitos pais veem nas telas um “respiro” para alguns minutos de descanso. Mas esse respiro não pode virar regra. O acesso ilimitado e sem filtro pode custar caro — tanto para a segurança quanto para o desenvolvimento saudável das crianças.


Mais do que nunca, os responsáveis precisam estar atentos. Ser guardiões não apenas da integridade física dos filhos, mas também daquilo que alimenta suas mentes e corações. O futuro de uma criança não pode ser entregue a algoritmos, clipes ou influenciadores. Ele precisa ser guiado por valores, limites e, sobretudo, presença.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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