Nesta quinta-feira (24), a Polícia Civil realiza a reconstituição do crime que vitimou a jovem Vitória Regina de Souza em Cajamar (SP). A nova etapa da investigação não terá a participação do principal suspeito do crime, Maicol Santos. A investigação chegou a descartar a realização da reconstituição do crime, mas voltou atrás. O processo seria realizado no dia 10 de abril, mas foi adiado para esta quinta (24). O procedimento deve esclarecer se houve a participação de outra pessoa no assassinato. A defesa da família da adolescente acredita que Maicol não agiu sozinho. A jovem de 17 anos desapareceu na noite de 26 de fevereiro, quando não retornou para casa após um dia de trabalho. Vitória saiu do shopping no qual trabalhava e pegou um ônibus. No caminho, a jovem enviou um áudio a uma amiga, relatando medo de dois homens que estavam no ponto de ônibus. Após uma semana de buscas, no dia 5 de março, a polícia encontrou o corpo da jovem degolado e com o cabelo raspado em uma mata em Cajamar. Durante as investigações, a polícia encontrou no celular de Maicol diversas fotos da jovem — datadas a partir de 2024 — e pesquisas suspeitas, como ‘como degolar uma pessoa’. Maicol foi preso no dia 8 de março investigado por homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver. Recentemente, no prosseguimento das investigações, a polícia encontrou sangue da vítima no carro do suspeito e no suposto cativeiro em que ela foi mantida.Enquanto realizavam as buscas pela jovem, no dia 12 de março, as autoridades encontraram um corpo na divisa entre Cajamar e Jundiaí. Posteriormente, o cadáver foi identificado como sendo de Edna de Oliveira Silva, de 65 anos. A polícia atestou que a idosa foi cuidadora da mãe do padrasto de Maicol, levantando suspeitas de ligação entre os crimes. No entanto, a investigação concluiu que a morte da idosa foi por causas naturais, descartando o envolvimento do suspeito.Na madrugada do dia 18 de março, Maicol confessou o crime. Na manhã do mesmo dia, a Polícia Civil concedeu uma entrevista coletiva esclarecendo algumas situações envolvendo o caso, apontando que o suspeito agiu sozinho. “Geralmente, eles [psicopatas] são extremamente narcisistas, egocêntricos e controladores. Não conseguiriam estabelecer empatia ou lealdade entre si, o que geraria embates”, disse o delegado Luiz Carlos do Carmo.O delegado ainda apontou que o suspeito era obcecado pela vítima. “Encontramos 50 fotos de pessoas com a mesma aparência física [de Vitória], muito parecidas. A polícia procurou, imediatamente, identificar todas aquelas pessoas para ver se tinha algum boletim de ocorrência de desaparecimento”, disse.Fábio Ubirajara, um dos advogados da defesa de Maicol, afirmou ter recebido a confissão com surpresa. “Até a data de ontem [17 de março], por volta das 20h, nós estivemos com o Maicol na delegacia e ele negava qualquer informação sobre essa questão”, disse o advogado, em entrevista à RECORD na ocasião. A defesa tentou anular a confissão, já que não estava presente no momento da declaração.*Sob supervisão de Arnaldo Pagano