Índices são alarmantes e demandam atitudes urgentes, diz especialista sobre desmatamento na Amazônia
Dados do Imazon mostram que desmatamento na Amazônia teve um aumento de 17,8% de agosto de 2024 a março de 2025
Conexão Record News|Do R7
O desmatamento na Amazônia teve aumento de 17,8% de agosto de 2024 a março de 2025. Os dados são do monitoramento do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia). Nesse mesmo período, a degradação florestal cresceu mais de 329% e bateu recorde histórico.
Em entrevista ao Conexão Record News desta sexta-feira (25), Marcello Rodante, advogado e especialista em mudanças climáticas, explica que os valores levantados pela pesquisa são diferentes dos mostrados pelo governo, o que pode gerar divergências. Ele exemplifica que são medições que apontam situações diversas: o governo mostra mais os pontos de atenção e alarme, já o Imazon demonstra um detalhamento mais específico e com contexto histórico.
Apesar das divergências, o especialista não nega que a situação necessita de atenção e ações das autoridades, pois os índices de desmatamento continuam altos. Entre as atitudes recomendadas por Rodante estão a fiscalização mais intensa e a mudança na legislação, com penas mais rigorosas para os crimes ambientais. “O governo precisa agir, os índices são alarmantes e demandam uma atenção e uma atitude muito urgente”, afirma.
Ainda segundo o advogado, a situação fica mais difícil de controlar na prática, principalmente por ser uma questão complexa e por envolver diferentes entes, devido ao fator de muitas das degradações, ou dos desmatamentos, acontecerem em terras que são públicas e não destinadas. Outro aspecto que gera preocupação é a ultrapassagem do ponto de inflexão — quando o desmatamento chega à situação de não retorno.
Rodante ressalta que, mesmo em meio às discussões sobre mudanças climáticas, verifica-se o aumento da utilização de combustíveis fósseis e o ritmo lento na utilização de fontes renováveis, medidas maiores que necessitam dos governantes. “As grandes decisões, o que realmente importa, têm que vir das nações e de compromissos mais sérios e de medidas muito mais vigorosas, muito mais sérias e que possam ser aplicadas em implementação. A gente está aqui assistindo e avisando, vamos ver o que acontece, mas é muito preocupante”, finaliza o especialista.
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