Mais do que proposta de governo, combate ao crime organizado deve ser política estatal; veja análise
Operação da Polícia Civil do Rio nesta quinta (10) revelou uma articulação entre facções e uso de bancos digitais ilegais
Jornal da Record News|Do R7
A operação realizada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro nesta quinta-feira (10) revelou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro operado pelo Comando Vermelho, com ramificações em São Paulo e possível conexão com o PCC (Primeiro Comando da Capital). Estima-se que cerca de R$ 6 bilhões tenham circulado em contas suspeitas, utilizando empresas de fachada e bancos digitais não autorizados pelo Banco Central.
Em entrevista ao Jornal da Record News, o advogado criminalista Berlinque Cantelmo destaca que o caso evidencia a sofisticação dos mecanismos utilizados pelo crime organizado. “Não respeita fronteiras estaduais, internacionais e de plataformas e interfaces financeiras operacionais”, afirma o especialista.
Cantelmo ressaltou a importância da integração entre as polícias civis do Rio de Janeiro e de São Paulo na operação. “Há, inclusive, uma Proposta de Emenda à Constituição — a PEC da Segurança Pública — que visa tornar esse modelo de cooperação obrigatório e estruturado”, explica.
Segundo o especialista, “à medida que avançam os mecanismos utilizados pela estruturação das organizações criminosas, nós precisamos em paralelo ter também um avanço nos mecanismos de combate à lavagem de dinheiro e à contextualização de inteligência financeira”.
Cantelmo ainda propôs uma atuação ampliada do Estado, envolvendo órgãos que vão além da segurança pública tradicional, para auxiliar efetivamente no combate ao crime, como o
Banco Central.
Últimas