Rússia busca não só cansar Kiev, mas também os seus aliados do Ocidente, diz especialista
Ataques entre os dois países no período de negociações de cessar-fogo é visto como forma de forçar o outro lado a fazer concessões
Jornal da Record News|Do R7

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RecarregarNovos bombardeios russos foram realizados contra a Ucrânia, com foco em Kiev, nesta terça-feira (10). Os moradores da capital ucraniana foram acordados nas primeiras horas do dia com o barulho de bombas e alertas sonoros. Ao todo, o ataque contou com 315 drones e sete mísseis e fez parte do quinto dia de retaliações do Kremlin após os ataques ucranianos a bases russas na última semana. Como consequência do ataque, três pessoas morreram e ao menos 17 ficaram feridas.
Em entrevista ao Jornal da Record News, Augusto Teixeira, professor de relações internacionais da UFPB (Universidade Federal da Paraíba), explica que os ataques entre os dois lados, em um período que há negociações por um cessar-fogo, faz parte do processo. Com isso, Kiev e Moscou buscam uma posição de força na tentativa de alcançar uma maior concessão do outro lado e melhores oportunidades de negociações.
“Na prática, isso se soma ao esforço de negociação, a troca de prisioneiros e a busca por concessões em outras arenas, como, por exemplo, negociações bilaterais entre Estados Unidos e Rússia para controle de armamentos”, completa Teixeira.
Na análise do professor, há uma diferença clara entre os meios de ataques realizados pelas duas nações, com a Ucrânia atacando alvos militares, na tentativa de reduzir a capacidade bélica dos russos. Já do lado de Moscou, a estratégia seria diferente, com ataques conhecidos como de “contra-valor”, com a destruição de centros de gravidade, como cidades, que podem gerar mais dor para a população no geral e pressões ao governo local. No entanto, para Teixeira, a estratégia russa não serve apenas para atingir os ucranianos, mas sim os aliados de Zelensky.
“[A Rússia] se utiliza da chamada guerra prolongada como instrumento para cansar, não necessariamente Kiev, mas os apoiadores de Kiev, porque, basicamente, Kiev depende de um conjunto de países, chamado ‘Ocidente coletivo’, para sustentar o seu esforço de guerra, especialmente naquilo que compete a defesa antiaérea e defesa antibalística”, finaliza o internacionalista.
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