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Quem trabalha com o que gosta gasta menos com supérfluo

Para o especialista em finanças pessoais Gustavo Cerbasi, compras por impulso podem ser consequência de problemas profissionais ou pessoais

Renda Extra|Márcia Rodrigues, do R7

Comprar por impulso pode ser um gatilho criado por um problema pessoal ou profissional
Comprar por impulso pode ser um gatilho criado por um problema pessoal ou profissional

Comprar por impulso nem sempre é um problema de compulsão vinda do desejo crônico e repetitivo de consumir.

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Você sabia que não estar feliz no trabalho ou cumprir uma carga horária exaustiva no emprego pode despertar a vontade de comprar? A dica é de Gustavo Cerbasi, especialista em finanças pessoais.

“Se você trabalha demais%2C vê o dinheiro entrar na sua conta e não tem tempo de fazer o que gosta%2C vai buscar recompensa em outras coisas e gastará mais por impulso.”

(Gustavo Cerbasi)

Cerbasi é autor de diversos livros, entre eles do best-seller “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos”.


Para ele, as pessoas que têm uma vida frustrante, sem concretizações e sonhos tendem a gastar mais por impulso.

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A opinião de Cerbasi é compartilhada pela educadora financeira Teresa Tayra.

Teresa acredita que muitas pessoas não realizadas profissionalmente encontram o consumo como uma compensação, uma válvula de escape.


“A pessoa costuma parar em frente a uma vitrine%2C por exemplo%2C e pensar%3A eu mereço ter isso já que aguentei a semana inteira meu emprego chato."

(Teresa Tayra)

Ela também afirma que, em alguns casos, a pessoa também gasta com muito lazer por entender como uma recompensa “a esse fardo que é o trabalho”.

Uma solução que pode ajudar as pessoas que estão passando por essa situação é planejar o futuro e a realização de sonhos, segundo Cerbasi.

“Quando a pessoa faz planos e sabe o quanto vai custar para realizá-los nos próximos 12 meses%2C por exemplo%2C ela passa a ter mais cuidado com qualquer tipo de gasto que será menos importante do que o que está planejando.”

(Gustavo Cerbasi)

O especialista em finanças diz que os planos não precisam ser absurdos. Vale pensar em fazer melhorias no sue carro, fazer uma viagem com a família, uma festa

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“O fato de ela estar indo buscar ou construindo um grande sonho, fará com que ela busque menos recompensas. Com isso, um passeio no shopping será apenas por necessidade e não vai sucumbir a impulsos, comenta Cerbasi.

Teresa e Cerbasi dão oito dicas de como evitar os gatilhos do consumismo. Confira:

1) Armadilhas

É importante estar atento ao que desperta o seu desejo de comprar algo.

"Anúncios como 'aproveite somente essa semana', 'último dia da oferta', '80% de desconto' às vezes são armadilhas e acionam nosso inconsciente a comprar", alerta Teresa.

2) Lista de compras

Nunca saia de casa sem uma lista de compras, seja para ir ao supermercado, shopping ou qualquer outro lugar no qual fará compras.

3) Pesquisa

Teresa orienta o consumidor que precisa do produto a não fechar o negócio antes de ver outras opções.

"Pesquise os preços em diversos sites antes de confirmar a compra", orienta a educadora

4) Necessidade

Algumas perguntas são essenciais para se fazer antes de comprar: eu quero? Eu posso? Eu preciso?

“Eu Incluiria uma pergunta mais poderosa nessa lista: quantas vezes eu vou usar o produto que estou comprando ou por quanto tempo eu vou me beneficiar dele”, orienta Cerbasi e exemplifica:

- Se eu vou comprar uma roupa de festa que sei que só usarei duas vezes, talvez seja melhor alugar.

- Se vou fazer uma viagem que marcará muito o começo da adolescência dos meus filhos, ou é a última viagem em família com os avós, eu vou entender que essa viagem trará grandes lembrança para a família.

“É preciso avaliar se vale compra ou investir em algo para compartilhar com alguém sem afetar o bolso.”

5) Flexibilidade

Tenha um guarda-roupa versátil e que funcione em qualquer época.

“A lógica do minimalismo está na versatilidade e ou em fugir de modismo. Se a cor da moda é laranja, eu não vou comprar”, diz Cerbasi.

Ele orienta a pessoa a estudar o guarda-roupa, entender a quantidade de peças, cores que tem no vestuário e pensar nas possíveis combinações

A mesma dica vale para a compra de um carro ou uma casa.

6) Prioridades

Existem dois componentes em qualquer decisão de consumo: racional (quantifica e precifica) e o emocional. Quanto menos planejamento eu tenho, mais emocional será a decisão, conta Cerbasi.

“Se eu me coloco na posição de que hoje é sábado e eu quero ir ao shopping, provavelmente voltarei com compras desnecessárias que não serão úteis no momento e poderão ser usadas apenas em situações mais pontuais: festa no fim do mês, viagem que farei no fim do ano, por exemplo.”

7) Vá com calma

O ambiente das lojas é criado justamente para envolver o consumidor a fechar o negócio: perfume, ar-condicionado, fala certeira do vendedor...

Uma estratégia para não cair nessa sedução é chegar à loja, escolher o que quer comprar: eletrodoméstico, roupa, acessório para casa, negociar o preço e sair para dar uma volta. Ir ao banheiro, beber água, comer.

Cerbasi afirma que ao fazer isso, qualquer que seja a sua decisão você não se arrependerá.

8) Bons momentos

Ao planejar seu orçamento, poupar e comprar apenas o essencial para a sua realidade, você poderá se dedicar ao que realmente gosta.

“Se você gosta de viajar, a maior parte do seu dinheiro será direcionada para essa finalidade. Se gosta de gastronomia, poderá ir a mais restaurantes ou ter uma cozinha super equipada para receber amigos”, diz Cerbasi.

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