"É uma polícia homicida?", questiona mãe de morto na Maré
Família criticou ação da Polícia Civil no Complexo da Maré; corporação disse que abriu inquérito para apurar de onde partiu tiro que matou Marcus
Rio de Janeiro|PH Rosa, do R7, com Record TV Rio
A família do adolescente Marcus Vinícius da Silva, de 14 anos, acusou a Polícia Civil, que fez operação no Complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro, da morte dele. Segundo José Gerson da Silva, pai do adolescente, a vítima voltava da escola e estava a menos de 100 m de casa quando foi atingida por um disparo no abdômen.
Na quarta-feira (20), Marcus acordou atrasado para a aula e, no caminho para o colégio, se deparou com a operação e resolveu voltar pra casa, segundo o pai.
— Ele viu que não dava pra continuar e voltou. O blindado estava parado na rua reta, de frente pra ele, que quis sair da frente no caso de ter algum confronto, mas eles viram meu filho vindo e eles atiraram.
Bruna da Silva, mãe do menino, esteve com o marido no IML (Instituto Médico Legal), no centro, e estava com a camiseta manchada de sangue e o material escolar que o menino carregava quando foi atingido.
Em dois anos, 28 crianças morreram de bala perdida, diz ONG
RJ: Defensoria pede fim de disparos de aeronaves em operações
— Chega de manchar o Rio de Janeiro. É uma polícia homicida? Eles entram pra matar? Pra dilacerar famílias? Eu sou apenas mais uma. Eu espero justiça. Calaram meu filho, mas a mãe não vão calar.
O menino chegou a ser socorrido no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, zona norte do Rio, passou por cirurgia, mas não resistiu. O corpo de Marcus foi velado nesta tarde no Palácio da Cidade e o corpo foi enterrado no cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio.
Vídeo: PM ameaça bater em estudante em protesto na Maré
Em nota, a Polícia Civil informou que “a DH (Delegacia de Homicídios da Capital) abriu inquérito para apurar as circunstâncias da morte de Marcus Vinicius, ferido na manhã de quarta-feira (20/06) no Complexo da Maré. A perícia de local foi realizada e está prevista uma reconstituição dos fatos para determinar de onde partiu o tiro que atingiu o estudante. Todos os protocolos de investigação serão adotados rigorosamente”.
Veja o vídeo: