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Infecção de transplantados com HIV: Sócios e funcionários de laboratório são indiciados

Cinco suspeitos foram detidos temporariamente, mas a Decon já pediu à Justiça a prisão preventiva dos seis investigados

Rio de Janeiro|Do R7

Sócio e funcionários do PSC Saleme estão presos Fernando Frazão/Agência Brasil

Dois sócios do laboratório PSC Lab Saleme e quatro funcionários foram indiciados pela Polícia Civil pela emissão de laudos falsos que levaram à infecção com vírus HIV de seis pacientes transplantados no Rio de Janeiro.

Cinco suspeitos foram detidos temporariamente, mas a Decon (Delegacia do Consumidor) já pediu à Justiça a prisão preventiva (sem prazo) de todos os investigados.

As seis pessoas ligadas ao laboratório respondem pelos crimes de lesão corporal gravíssima por enfermidade incurável, associação criminosa, falsidade ideológica e por induzir consumidor a erro.

Uma das indiciadas responde ainda por falsificação de documento particular, por apresentar diploma falso.


Segundo as investigações, os erros nos resultados de exames de doadores de órgãos em cirurgias realizadas na rede estadual de saúde ocorreram por uma falha operacional no controle de qualidade dos testes do laboratório com o objetivo de diminuir os custos.

Após a descoberta do caso, o estabelecimento foi interditado e teve o contrato suspenso pelo governo do estado. A diretoria da Fundação Saúde, responsável pela contratação do laboratório, renunciou.


Quem são os presos?

O técnico do laboratório Ivanilson Fernandes e o sócio Walter Vieira foram presos na primeira fase da operação da Polícia Civil, na segunda-feira (14). Walter é tio do deputado federal e ex-secretário de Saúde do Rio, Dr. Luizinho, que negou qualquer envolvimento na escolha da unidade.

Já o técnico Cléber de Oliveira Santos e a auxiliar administrativa Jacqueline Iris de Assis chegaram a ficar foragidos.


Ela se entregou à polícia no dia seguinte. A assinatura de Jacqueline aparece em laudos de exames, segundo a polícia, acompanhado do registro de biomédica de outra pessoa

Já Cleber foi detido ao desembarcar no Aeroporto do Galeão. Ele é suspeito de ter deixado de fazer procedimentos de checagem em equipamentos onde eram realizados testes de HIV.

A coordenadora do PSC Saleme, Adriana Vargas, foi presa na segunda fase da Operação Verum, no último domingo (20). Ela é suspeita de ter ordenado a redução dos gastos no laboratório.

As defesas dos investigados negaram as acusações.

Operação Verum

Durante as investigações, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão nas unidades do PCS Saleme, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, além de endereços ligados aos investigados. Os agentes ainda analisam o material apreendido que poderá trazer elementos para novas investigações.

A Decon continua trabalhando no inquérito que apura o processo de contratação da empresa. As investigações contam com o apoio do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil e da Controladoria-Geral do Estado.

“A força-tarefa do governo do estado visa a rápida elucidação dos fatos e à responsabilização dos envolvidos em caso de constatação de irregularidades", ressaltou um trecho da nota enviada à imprensa.

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