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Lava Jato: ex-presidente do Paraguai tinha doleiro como "irmão de alma"

Justiça Federal decretou a prisão preventiva de Horácio Cartes e mais 19 pessoas na ação. Namorada de Dario Messer foi presa em Copacabana

Rio de Janeiro|Bruna Oliveira, do R7

Dario Messer está preso desde julho
Dario Messer está preso desde julho Dario Messer está preso desde julho

A Operação Patrón, deflagrada nesta terça-feira (19), identificou uma relação de proximidade entre o ex-presidente do Paraguai e atual senador, Horácio Cartes, e o doleiro Dario Messer, conhecido como "Doleiro dos Doleiros".

Segundo a investigação, Cartes "financiou" o doleiro no período entre maio e outubro de 2018 no Paraguai, depois que ele fugiu do Brasil .

A Justiça Federal decretou a prisão preventiva do ex-presidente do Paraguai e mais 19 pessoas na ação. A Polícia Federal pediu a inclusão do nome de Cartes na lista da Interpol. Já Messer está preso, há cerca de quatro meses, por liderar um esquema de lavagem de dinheiro.

Em entrevista coletiva, os procuradores da República afirmaram que Messer escreveu uma carta para o ex-presidente do Paraguai, a quem tratava como um “irmão de alma”, solicitando uma quantia de 500 mil dólares para arcar com as próprias despesas naquele país.

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"A participação do ex-presidente do Paraguai está bastante clara. No mínimo, como alguém que financiou uma organização criminosa em determinado momento. Os documentos estão sendo levantados ainda para saber se foi uma atuação permanente ou pontual. Não é de se esperar que o presidente de um país disponibilize dinheiro para um foragido do seu país quanto também do Brasil, já que ele teve uma ordem de prisão determinada no Paraguai por lavagem de dinheiro", declarou José Augusto Vagos.

Para os investigadores, Cartes ainda está inserido no núcleo político do braço paraguaio, que tem outros empresários, e pode estar ligado ao contrabando de cigarros e ao tráfico de drogas e armas. 

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Segundo os investigadores, além do pedido de 500 mil dólares, outros valores foram disponibilizados para braços da organização criminosa de Messer no Brasil, que envolve a noiva do doleiro, também presa hoje em Copacabana, zona sul do Rio, e outros doleiros no Paraguai.

"Ele [Messer] sobrevivia com dois pilares: um deles era um braço familiar, da noiva dele Myra Athayde, e outro do doleiro, inclusive foragido, Najun Turner. Najun foi preso em São Paulo. Já Myra foi presa com a mãe e o padrasto no Rio", disse o delegado da PF Alexandre Bessa. 

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Bessa confirmou ainda que Myra é apontada pela investigação como a responsável por ocultar o patrimônio de Dario Messer em diversos países. Segundo o delegado, a mulher abriu uma empresa nos Estados Unidos e contas no exterior para esconder o dinheiro do namorado. 

A ação é um desdobramento da operação Câmbio, Desligo, que obteve novas provas após prisão de Messer em São Paulo, em julho deste ano.

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