MP-RJ: fim de relação abusiva é hora de maior risco para mulher
Afirmação foi feita durante ação social no Rio de Janeiro para celebrar 12 anos de Lei Maria da Penha, que visa proteger mulheres da violência física e verbal
Rio de Janeiro|Da Agência Brasil
A promotora Lúcia Iloizio, que coordena o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Violência Doméstica contra a Mulher e Núcleo de Gênero, disse, nesta terça-feira (7), que o momento em que a mulher decide sair de uma relação abusiva e dizer "não" ao parceiro, é a hora de maior risco para ela.
A afirmação foi feita durante uma ação social no Rio de Janeiro para celebrar os 12 anos de Lei Maria da Penha, que visa proteger mulheres da violência física e verbal. O evento contou com a ouvidoria itinerante do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e ofereceu gratuitamente a segunda via de identidade e certidões de nascimento, casamento e óbito.
“Nós estamos aqui para fazer um trabalho de conscientização com relação à Lei Maria da Penha e também para chamar atenção para esse quantitativo [de denúncias de feminicídio]. Mulheres têm perdido a vida em razão da violência doméstica e o momento de maior risco para elas é quando decidem dizer ‘não’ àquela relação abusiva. Então todo o cuidado é pouco”, afirmou.
Lúcia Iloizio também ressaltou a importância das mulheres não se calaram diante de casos de violência doméstica.
"Infelizmente a violência doméstica se torna, muitas vezes, uma rotina na vida da mulher e pode dar causa, sim, à morte dela. E isso é importante que se frise”, disse.
Segundo a promotora, desde 2015 — ano em que a Lei de Feminicídio foi criada — até março deste ano, o Ministério Público já registrou cerca de 170 denúncias de feminicídios tentados ou consumados.
Ainda de acordo com a promotora, as mulheres precisam saber que a lei existe e que há também outros serviços de acolhimento e atenção às vítimas de violência doméstica, como abrigamento e medidas protetivas.