Paes e Witzel trocam acusações em debate na RecordTV Rio
Candidato do DEM destacou suas realizações durante sua trajetória política; ex-juiz defendeu renovação na gestão do Estado e combate à corrupção
Rio de Janeiro|Bruna Oliveira, PH Rosa e Rayssa Motta, do R7*

Os candidatos ao governo do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM) e Wilson Witzel (PSC), protagonizaram um embate com trocas de acusações pessoais durante o debate na noite desta sexta-feira (19), faltando pouco mais de uma semana para o segundo turno das eleições. O vice-presidente de jornalismo da RecordTV, Douglas Tavolaro, recebeu os postulantes na chegada à sede carioca da emissora.
Em diversos momentos, o ex-juiz federal acusou Paes de administrar a Prefeitura do Rio como uma incubadora de corruptos, citando a relação do oponente com o ex-governador Sérgio Cabral, o ex-secretário de obras Alexandre Pinto e o ex-presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), Jorge Picciani — todos presos em desdobramentos da operação Lava-Jato.
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O candidato do DEM afirmou que conviver com representantes de diferentes esferas do governo era seu papel como prefeito do Rio.
Paes, por sua vez, citou matéria publicada em uma revista de grande circulação nesta sexta, que liga Witzel ao advogado Luiz Carlos Azenha, defensor do traficante “Nem da Rocinha”. O ex-prefeito do Rio também apontou a suposta proximidade do candidato do PSC com Mário Peixoto, sócio do presidente afastado da Alerj, Jorge Picciani.
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“As relações profissionais do Azenha não tem qualquer relação comigo”, rebateu Witzel.
Enquanto Paes recorreu às suas realizações durante sua trajetória política, Witzel defendeu a renovação na gestão do Estado e o combate à corrupção.
Durante o debate, algumas propostas para as áreas da saúde, educação e segurança foram apresentadas pelos candidatos.

Saúde
O candidato do PSC falou que vai criar o programa Saúde Integral Sem Filas, que prevê a reabertura de casas de saúde para desobstruir os hospitais, que passarão a focar na realização de cirurgias, além de também contratar médicos especialistas para oferecer consultas regulares à população. Witzel também falou que vai passar a ser usuário da rede pública de saúde.
“A partir do dia 1º de janeiro de 2019, eu usarei a rede pública do nosso Estado, vou cancelar meu plano de saúde, porque eu confio no trabalho que vamos fazer, é algo que os eleitores estão pedindo”.
Já Eduardo Paes disse que a área da saúde será sua prioridade, caso seja eleito, e afirmou que vai concluir as obras do Hospital do Câncer de Queimados, na Baixada Fluminense, do Hospital de Friburgo, região serrana, e Hospital da Mulher em São Gonçalo. O democrata também pretende expandir o programa Clínica da Família, que criou quando era prefeito da capital fluminense.
“Vamos levar o programa para todo o Estado, com parceria dos municípios, fazer atenção básica e permitir que a pessoa faça o trabalho preventivo da saúde”.

Segurança
Os candidadatos fizeram uma avaliação sobre a intervenção na Segurança Pública do Rio de Janeiro e também se posicionaram sobre a manutenção das tropas federais no próximo ano.
Segundo Paes, a medida foi necessária em razão da falta de comando no Estado. "É muito importante aproveitar o que se tirou de lição do trabalho das Forças Armadas na intervenção. Há um legado bastante importante no planejamento e nos equipamentos. Repito o que já disse: "Eu, eleito, assumo o comando das Forças de Segurança, mas solicitarei ao próximo presidente o auxílio das Forças Armadas para continuarem trabalhando conosco, no Rio, em algumas questões em algumas mais específicas e auxiliando nesse trabalho".
Witzel também confirmou que tem interesse em dar continuidade ao trabalho do Gabinete de Intervenção. "As Forças Armadas e o Exército estão fazendo seu papel. Vamos utilizar as informações deixadas pelo Exército para que sejam aproveitadas pelas nossas polícias, sejam aprimoradas. Vamos investir em combate à lavagem de dinheiro para que possamos asfixiar o crime organizado. Tirar de circulação aquelas pessoas que abastecem o tráfico de drogas e armas, além das milícias. Ao assumir o governo, vou assumir a responsabilidade de conduzir as forças policiais. Vou fazer a integração junto com o Exército e as Forças Armadas, inclusive, do patrulhamento das estradas".
Educação
Eduardo Paes defendeu o ensino profissionalizante, a escola em tempo integral e o uso de novas tecnologias para tornar o aprendizado mais atraente, a exemplo das Naves de Conhecimento, que citou como realização de sua prefeitura.
Wilson Witzel propôs a aproximação entre as escolas de nível médio e as empresas. “Se administrarmos bem, sem corrupção, nosso Estado vai ter dinheiro, inclusive, para bolsas de estudo”, afirmou. Aproveitou ainda para desmentir supostos boatos de que pretende privatizar a Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e a Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro).
Assista aos vídeos do debate:
*Estagiária do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira e PH Rosa