A Polícia Civil ouviu, nesta segunda-feira (29), um dos oito policiais militares envolvidos na troca de tiros com suspeitos na operação do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Como informado pela Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, que investiga a ação, os outros agentes devem prestar depoimento nos próximos dias.
Além da Polícia Civil, o Ministério Público do estado abriu uma investigação para apurar a conduta dos militares na operação que terminou com um sargento e nove suspeitos mortos. Os corpos foram achados 12 horas após o confronto, pelos próprios moradores, em uma zona de mangue.
Uma moradora de 71 anos também foi baleada no dia em que o PM Leandro da Silva foi atingido. No dia seguinte ao ocorrido, em 21 de novembro, policiais do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) entraram no Salgueiro. Na madrugada posterior, do dia 22, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro afirmou ter recebido relatos de violência na operação.
Há cinco dias, o governador Cláudio Castro (PL) ressaltou que os suspeitos vestiam roupas camufladas no momento da morte. Em conversa com jornalistas, o político declarou que eles não deviam "estar fazendo coisa boa". Dos nove mortos, cinco possuíam antecedentes criminais.
A operação aconteceu no primeiro domingo de prova do Enem. Em decorrência do tiroteio, cerca de 500 moradores do Salgueiro não conseguiram realizar o exame. Esses candidatos poderão solicitar a reaplicação até a próxima sexta-feira (3).
Perícia demorou 3 horas para chegar ao Salgueiro, diz polícia
A DHNSG disse que a investigação está em andamento e diligências seguem para esclarecer todos os fatos.
*Estagiária do R7, sob supervisão de PH Rosa