Rio: Mais de 300 pessoas aguardam transferência para leitos de covid-19
Taxa de ocupação de UTI da rede estadual de saúde é de 80%, enquanto as enfermarias chegaram a 51%
Rio de Janeiro|Agência Brasil
O número de pacientes com novo coronavírus que aguardam transferência para leitos no sistema de saúde do estado do Rio de Janeiro chegou a 358, segundo informou a SES-RJ (Secretaria de Estado de Saúde) no início da tarde desta sexta-feira (27). Entre esses pacientes, 207 devem ser transferidos para enfermarias e 151 para UTI (Unidades de Terapia Intensiva).
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A taxa de ocupação dos leitos de UTI da rede estadual destinados à covid-19 é de 80%, enquanto as enfermarias chegaram a 51%.
Na capital e Baixada Fluminense, os leitos de UTI para o tratamento da covid-19 chegaram na manhã de hoje a 92%, considerando unidades de saúde municipais, estaduais e federais. O percentual foi divulgado pela SMS (Secretaria Municipal de Saúde do Rio), que também informou uma ocupação de 69% nas UTIs.
Segundo a secretaria municipal, 301 pacientes aguardam transferência para leitos no Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense, sendo 120 de UTI. A secretaria destaca que "as pessoas que aguardam leitos de UTI estão sendo assistidas em leitos de unidades pré-hospitalares, com monitores e respiradores".
Em toda a rede SUS (Sistema Único de Saúde) na capital, há 1.082 pessoas internadas em leitos especializados para a covid-19, e chega a 509 o número de hospitalizados em terapia intensiva.
Esta semana, o subsecretário de Saúde do município, Jorge Darze, disse que a cidade "ainda não chegou a um patamar de ter a capacidade zerada" e explicou que, entre a indicação da necessidade de um leito e a efetiva internação, há um processo que pode durar horas para que se consiga a transferência”.
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Já a SES-RJ explicou, na última quinta-feira (26), que "a fila de espera por leitos ocorre porque, para pacientes com comorbidades, a Central Estadual de Regulação busca vagas que contemplem todas as suas necessidades clínicas, garantindo a assistência especializada a cada caso".
Taxa de letalidade
O Boletim Observatório Covid-19 da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) divulgado na quinta apontou "uma piora expressiva" da taxa de letalidade da covid-19 no Estado do Rio de Janeiro, que chegou a 6,4%. Em outros estados, a letalidade é entre 2% e 3%.
"Esse valor é considerado alto em relação a outros estados e aos padrões mundiais, à medida que se aperfeiçoam as capacidades de diagnóstico e de tratamento oportuno da doença, o que revela graves falhas no sistema de atenção e vigilância em saúde", disse a equipe multidisciplinar da Fiocruz.
O coordenador do Sistema Monitora Covid-19 da Fiocruz, Christovam Barcellos, esclarece que a letalidade é uma taxa calculada utilizando o número de casos confirmados da doença e o número de óbitos causados por ela. O indicador, então, depende da realização de testes e diagnósticos para se aproximar da realidade.
Sanitarista do Icict/Fiocruz (Instituto de Comunicação e Informação em Saúde), Barcellos destaca que esse número está mais ligado à capacidade de diagnóstico que ao risco de morte ao contrair a doença.
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"O que pode estar acontecendo no Rio de Janeiro é uma falha no diagnóstico do caso, enquanto o diagnóstico do óbito pode ainda estar sendo bem feito. É importante a população saber que não significa que se você pegar a doença, você tem mais chances de morrer. Isso [a taxa] aponta falhas no sistema de saúde, e não que os casos do Rio de Janeiro sejam mais graves", esclareceu.
Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria de Estado de Saúde ainda não respondeu.