Suspeito de matar médicos é um dos alvos da megaoperação em comunidades do Rio de Janeiro
Polícia Civil acredita que os ortopedistas tenham sido mortos por um grupo criminoso chamado Sombra
Rio de Janeiro|Da Agência Brasil
Um dos suspeitos de matar três médicos na semana passada está entre os alvos da operação feita na manhã desta segunda-feira (9), nos complexos da Maré e Penha, na zona norte, e da Cidade de Deus, na zona oeste.
A Polícia Civil acredita que os médicos tenham sido mortos por engano, por um grupo criminoso chamado Sombra, vinculado à maior facção que atua no estado.
De acordo com a principal linha de investigação da polícia, um dos médicos foi confundido com um desafeto do grupo Sombra, por isso foi atacado a tiros na madrugada de quinta-feira (5). Outros três médicos que estavam com ele, em um quiosque na orla da Barra da Tijuca, na zona oeste, também foram baleados. Três morreram e um ficou ferido.
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O secretário estadual de Polícia Civil, José Renato Torres, disse que o grupo Sombra era composto de cinco pessoas, das quais quatro foram mortas horas depois do assassinato dos médicos.
Os corpos foram encontrados em dois carros na madrugada de sexta-feira (6). A morte deles teria sido ordenada por lideranças da facção criminosa, que ficaram insatisfeitas com a repercussão do caso na imprensa.
Segundo o secretário, a prisão deste último suspeito de matar os médicos pode ajudar a elucidar o crime.
"Temos a expectativa de capturá-lo com vida para que ele esclareça ainda mais as circunstâncias em que tiraram a vida daqueles inocentes. É importante que ele seja preso, para ele esclarecer nosso inquérito de homicídio", disse o secretário.
Torres disse que o caso ainda não está concluído e que provas continuam sendo analisadas.
"As provas colhidas até agora, dentro do inquérito da Delegacia de Homicídios, apontam para essa linha de investigação. Agora, o inquérito está aberto, novas provas precisam ser levadas, como provas testemunhais, para que essa versão seja definitivamente o objeto da nossa investigação", afirmou Torres.
Segundo eles, lideranças da facção criminosa envolvidas na morte dos quatro suspeitos de matar os médicos também estão entre os alvos da operação desta segunda-feira. Os mandados expedidos, no entanto, são por outros crimes, e não pelas quatro mortes.
O crime
Os médicos ortopedistas Marcos de Andrade Corsato, Diego Ralf Bomfim e Perseu Ribeiro Almeida estavam no Rio de Janeiro para participar de um congresso internacional de cirurgia ortopédica.
Eles foram assassinados na madrugada da última quinta-feira (5) em um quiosque na orla da Barra da Tijuca, próximo ao hotel onde ocorreu o evento. O grupo alvejado por tiros tinha quatro médicos, um deles, Daniel Sonnewend Proença, sobreviveu.
O irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Diego Ralf Bomfim, foi um dos três médicos assassinados no quiosque na orla da Barra da Tijuca. Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro foram as duas outras vítimas mortas no ataque.
Representantes das famílias das três vítimas estiveram no Instituto Médico-Legal do Rio de Janeiro durante a tarde para a liberação dos corpos.
O grupo estava hospedado em um hotel na frente do quiosque e participava do 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo, iniciado na quinta-feira (5). Por causa do crime, a organização cancelou a cerimônia de abertura, que seria realizada durante a tarde.