A Polícia Civil responsabilizou três policiais da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) pela morte do adolescente João Pedro, em maio de 2020, durante operação das polícias Civil e Federal no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio.
O relatório com indiciamento por tentativa de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, vai ser encaminhado ao MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro).
Dois agentes usavam armas do mesmo calibre do projétil que atingiu a vítima, segundo a investigação. No entanto, a Polícia Civil afirmou que, como os laudos não determinaram de qual arma partiu o disparo, a incerteza fez com que nenhum deles fosse responsabilizado pelo tiro.
Já o terceiro policial usava arma de calibre diferente, mas foi indiciado em razão de ter colocado em risco as pessoas que estavam no local.
As investigações da DHNSG (Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo) apontaram que "os policiais agiram sob erro quanto aos pressupostos fáticos da legítima defesa, supondo haver uma injusta agressão atual ou iminente que, na verdade, não houve comprovação de sua existência".
A casa onde João Pedro estava foi alvejada por mais de 70 tiros. Ele foi ferido nas costas, de acordo com o laudo do IML (Instituto Médico Legal). O menino foi socorrido em um helicóptero da polícia, mas a família ficou horas sem informações sobre o adolescente.
Um ano após o crime, o MPF (Ministério Público Federal) também decidiu reabrir a investigação criminal para apurar a responsabilidade da Polícia Federal na morte de João Pedro.