Um dia após ação, sobe para 28 número de mortos no Jacarezinho
De acordo com as autoridades, além do policial e de 26 suspeitos, há uma pessoa sem passagem pela polícia entre os mortos
Rio de Janeiro|Do R7, com Record TV
Um dia após uma das operações mais letais no Rio, o número de mortos subiu para 28 no Jacarezinho, zona norte. Segundo a polícia, além de um policial civil e 26 suspeitos, há uma pessoa sem antecedentes criminais entre as vítimas.
Até o momento, havia a confirmação de 25 mortos na comunidade. As autoridades ainda não esclareceram as circunstâncias de mais três mortes contabilizadas nesta noite.
A Polícia Civil afirmou que um laudo do setor de inteligência apontou que os 18 primeiros mortos identificados tinham passagem pela polícia. Foi informado ainda que a ficha e as identificações de cada um serão apresentadas após exames de perícia e necropsia.
O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) declarou que acompanha a perícia nos corpos .
Desde cedo, parentes das vítimas aguardam no IML (Instituto Médico Legal), no centro do Rio, para fazer a identificação dos mortos. Alguns familiares contestaram a versão da polícia e disseram que os agentes entraram na comunidade, na quinta (6), e executaram vítimas.
Nesta tarde, os moradores fizeram um protesto em frente à Cidade da Polícia, sede das delegacias especializadas que fica ao lado do Jacarezinho, para pedir justiça.
Ontem, a comunidade viveu um dia de terror após os confrontos deixarem dezenas de mortos. Além disso, três agentes e duas pessoas foram baleadas. Por segurança, serviços de transporte e vacinação contra covid-19 nos arredores foram suspensos.
A Polícia Civil alegou ter entrado no Jacarezinho para cumprir 21 mandados de prisão, sendo que três foram cumpridos e outros três alvos morreram, contra um grupo acusado de aliciar menores para o tráfico, mas disse ter enfrentado resistência.
No entanto, representantes da Defensoria Pública e de entidades em Defesa dos Direitos Humanos criticaram a ação. Eles relataram denúncias de excessos da polícia e pediram uma apuração rigorosa.
O Ministério Público do Rio de Janeiro informou que vai acompanhar os desdobramentos da operação, que ganhou repercussão internacional. A ONU (Organização das Nações Unidas) também se pronunciou e cobrou uma investigação independente.