Logo R7.com
Logo do PlayPlus

Após denúncias de abusos sexuais, promotora vai intimar organizadores de festas da USP

Alunos desmarcaram depoimento informal após orientação para não se manifestar sobre o caso

São Paulo|Do R7

Após desistirem de prestar esclarecimentos espontaneamente ao MPE (Ministério Público Estadual) sobre as denúncias de estupro em festas da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), integrantes do Show Medicina, grupo de estudantes que organiza trotes na unidade, serão intimados pela Promotoria a depor e a entregar documentos sobre o funcionamento da entidade.

De acordo com Paula Figueiredo, promotora de Justiça dos Direitos Humanos que acompanha o caso, integrantes do grupo chegaram a procurar o MPE e agendar para sexta-feira (14) um depoimento informal para esclarecer as acusações.

— Hoje [ontem], eles nos ligaram desmarcando o encontro. Disseram que foram orientados a não se manifestar sobre o caso.

Após a decisão do grupo, ela preparou uma intimação para que os integrantes sejam ouvidos formalmente e para que apresentem documentos como o balanço dos últimos cinco anos e autorizações para realizações de eventos, entre outros.


Mulheres são proibidas de participar de seleção para Show Medicina

Departamento de Medicina Preventiva da USP repudia casos de violência dentro da universidade


Na terça-feira (11), duas alunas relataram, em audiência pública na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), ter sido estupradas em festas do curso de Medicina. Segundo a deputada estadual Beth Sahão (PT), a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia vai agora chamar tanto os alunos quanto os organizadores das festas na USP para depor na Casa, conforme adiantado pelo R7

Dois estudantes da faculdade disseram, por meio da ouvidoria da instituição, ter sido vítimas de "acusação falsa e pública de violência sexual", que não teriam cometido. A queixa foi feita neste ano.


Vídeo mostra trote humilhante em calouro da Faculdade de Medicina da USP:

Segundo a reportagem apurou, a ouvidoria não recebeu queixa sobre nenhum dos dois casos de estupro. "A ouvidoria não foi procurada nos casos que, agora, vieram à luz por meio da imprensa e, embora soubéssemos de sua existência, não pudemos agir", disse o órgão, em nota.

Os supostos agressores, porém, registraram a reclamação.

— Fomos procurados, entretanto, por dois estudantes que denunciaram estar sendo vítimas de acusação falsa e pública de violência sexual, que não teriam cometido.

Pressão 

Segundo uma das estudantes, que fez a denúncia na Alesp e preferiu não ser identificada, desde que o caso veio a público na universidade, ela sofre "forte estigmatização".

— Teve comissão sobre a regulamentação do álcool em festas e a culpa caiu sobre mim.

Um ano após o estupro — que teria acontecido na festa Cervejada, organizada pelo CAOC (Centro Acadêmico Oswaldo Cruz) na USP —, a jovem disse que se sente mal ao cruzar com os rapazes nos corredores da universidade.

— Eles saíram totalmente impunes, os vejo quase semanalmente.

Após o relato na audiência pública, também começaram a surgir ofensas nas redes sociais. A estudante disse que teve o perfil do Facebook denunciado e precisou alterar o nome no site.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.