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Covid: 98,8% dos adultos de SP contraíram doença ou se vacinaram, diz estudo

Pesquisa de universidades levantou quantos paulistanos têm anticorpos contra o vírus dois anos depois do início da pandemia

São Paulo|Do R7

Especialistas alertam que resultado não significa que população não deve mais se proteger
Especialistas alertam que resultado não significa que população não deve mais se proteger Especialistas alertam que resultado não significa que população não deve mais se proteger (Edu Garcia/R7 - 14.02.2022)

Entre os mais de 9 milhões de habitantes adultos da cidade de São Paulo, 98,8% têm anticorpos contra o Sars-CoV-2, causador da Covid-19, resultado de terem entrado em contato com o vírus, de terem sido vacinados, ou ambos, aponta a última fase da pesquisa SoroEpi MSP, divulgada nesta terça-feira (17). Dois anos após o primeiro caso da doença na capital paulista, praticamente toda a população com mais de 18 anos já está pelo menos parcialmente imunizada.

O SoroEpi MSP é um projeto de monitoramento de soroprevalência que reúne cientistas de instituições como a USP (Universidade de São Paulo) e a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). O inquérito de saúde é financiado pelo Instituto Semeia, o Laboratório Fleury, o Ipec (antigo Ibope) e o ITpS (Instituto Todos pela Saúde).

De acordo com o levantamento, 79,1% da população adulta possui anticorpos contra a nucleoproteína Sars-CoV-2, o que indica que entraram em contato com o vírus -tenham desenvolvido a doença ou não. Em relação aos cerca de 2 milhões de casos oficialmente registrados na cidade, a pesquisa aponta que o total de infectados desde 2020 é quase quatro vezes maior. Em relação à etapa anterior do estudo, isso representa acréscimo de 26,3%.

A análise também mostrou que 96,3% da população adulta têm anticorpos neutralizantes — capazes de bloquear a entrada do vírus nas células e resultado da vacinação. Em relação a setembro de 2021, o aumento foi de 14,5%. No mesmo período, a população não vacinada diminuiu de 4,1% para 1,8%. “Estamos entrando numa fase em que o importante é continuar vacinando. O risco é parar de imunizar, que é o grande problema de outras doenças", diz o biólogo e colunista do Estadão Fernando Reinach, que participa do projeto.

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Dos participantes dessa fase da pesquisa, 98,2% declararam ter tomado pelo menos a primeira dose da vacina contra a covid-19, 91% afirmaram ter recebido duas ou três doses do imunizante. Anticorpos contra a nucleoproteína ou neutralizantes foram encontrados em praticamente todos esses indivíduos.

Pesquisas já apontaram o risco de novas variantes

Pesquisa recente da USP e do Hospital Sírio-Libanês, no entanto, aponta que novas variantes do coronavírus capazes de enganar o sistema imunológico e mais transmissíveis devem surgir nos próximos meses. Publicado na revista Viruses, o estudo alerta que essa é uma alta probabilidade e aumenta com a grande circulação do coronavírus — propiciada pela retomada do contato social — e não é possível afirmar que a letalidade menor apresentada pela Ômicron deve ser mantida.

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Para o infectologista do Fleury Medicina e Saúde e da Unifesp, Celso Granato, os resultados da prevalência não podem servir para que a população deixe de se proteger. “A grande vantagem da vacina é que ela modula a expressão da doença", afirma. Ele lembra que apesar de o uso de máscaras não ser mais obrigatório, a pandemia não acabou. “Ainda morrem 130, 140 pessoas por dia no País."

Desde o começo da pandemia, mais de 664 mil pessoas morreram no Brasil desde o início da pandemia. O número de infectados passa dos 30 milhões. Os dados diários do Brasil são do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha de S.Paulo e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde, em balanço divulgado às 20h. Segundo os números do governo, 29,7 milhões de pessoas se recuperaram da doença desde o início da pandemia no País.

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A coleta de amostras do SoroEpi MSP foi feita entre os dias 31 de março e 9 de abril, quando haviam sido registrados em São Paulo 1.917.503 casos positivos de infecções e 42.120 mortes. Foram entrevistadas 936 pessoas.

Os pesquisadores dividiram a cidade em dois estratos: com maior e menor renda média, sendo que cada um deles corresponde a cerca de metade da população adulta do município. A frequência de pessoas com anticorpos contra nucleoproteína nos bairros mais pobres foi superior à observada nas áreas mais ricas, totalizando 84,7% e 72,9% respectivamente. Essa diferença não foi observada na soroprevalência de anticorpos neutralizantes.

Ou seja, os mais pobres se infectaram mais na cidade do que os mais ricos. Em relação à vacinação os índices são similares entre os dois estratos.

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