Na porta do Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, no qual o acusado de matar a filha começa a ser julgado nesta segunda-feira (16), Marta Consoli revela que, praticamente, passou a madruga em claro. Abatida, ela diz que é muito difícil olhar para o ex-genro Sandro Dota, que no mês passado confessou o homicídio.
Em julho deste ano, ele chegou a se sentar no banco dos réus, mas, no momento do interrogatório, desconstituiu a defesa e o júri precisou ser adiado.
Para Marta, o reencontro com Dota traz à tona o sofrimento da perda da filha Bianca Consoli, assassinada aos 19 anos, dentro de casa, na zona leste de São Paulo, em setembro de 2011.
— É muito difícil olhar para a cara dele. Tenho a impressão de que escuto a minha filha pedir por clemência, pedir para que ele não a matasse. Isso é um martírio dentro de mim.
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De acordo com ela, a família espera que Sandro Dota pegue pena máxima. O motoboy responde por homicídio triplamente qualificado (meio cruel, motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima) e estupro. Ele nega o crime sexual.
Relembre o caso
O corpo de Bianca Consoli, 19 anos, foi achado pela mãe dela, caído próximo à porta de saída de casa, na zona leste de São Paulo, no dia 13 de setembro de 2011. Segundo a polícia, a jovem foi atacada quando havia acabado de tomar banho e se preparava para ir à academia.
Na cama, os investigadores encontraram a toalha usada pela estudante, ainda molhada. A garota teria reagido à presença do criminoso e começado uma luta escada abaixo. A polícia localizou mechas de cabelo nos degraus. Dentro da garganta da vítima, a polícia encontrou uma sacola plástica, usada pelo autor do crime para asfixiar a universitária.
As investigações apontaram o motoboy Sandro Dota, cunhado da vítima, como o autor do crime. Ele está preso desde o dia 12 de dezembro de 2011.
Confissão
No dia 2 de agosto, Sandro Dota escreveu uma carta, na qual confessou ter matado a cunhada Bianca Consoli, 19 anos, em 2011, após uma briga. No entanto, ele garantiu que não violentou a universitária.
— Declaro que realmente matei a Bianca.
Sandro disse estar arrependido e que demorou para confessar por motivos particulares.
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