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Em meio a denúncias, 6 servidores do Ilume são exonerados de cargo

Funcionários seguem caminho da ex-diretora Denise Abreu; quatro deles aparecem nas gravações em posse do Ministério Público

São Paulo|Tarcísio Badaró e Tony Chastinet, da Record TV

A ex-diretora do Ilume Denise Abreu, ao lado do prefeito de São Paulo, João Doria
A ex-diretora do Ilume Denise Abreu, ao lado do prefeito de São Paulo, João Doria

Foi publicada no Diário Oficial da Cidade de São Paulo, nesta quinta-feira (29), a exoneração de seis servidores do Ilume (Departamento de Iluminação Pública de São Paulo). Quatro deles aparecem nas gravações em posse do Ministério Público Estadual, que investiga irregularidades na Concorrência Internacional da PPP (Parceria Público-Privada) da Iluminação na capital paulista — um contrato de R$ 6,9 bilhões por 20 anos.

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Os funcionários são: Ana Claudia Pierry Camargo Kim, assistente técnico 2; José Thomaz Mauger, assessor técnico 1; Flavio Barbuy, diretor de divisão técnica; Viviane Anaya de Castro, diretora de divisão técnica; Luis Augusto Panadés, diretor de divisão técnica; e Sandra Ceglia de Abreu, assistente 2. Segundo a prefeitura, a exoneração foi a pedido dos servidores.

Os seis funcionários fizeram o mesmo caminho que a diretora do Ilume Denise Abreu, exonerada no dia 21 de março, logo após as denúncias do R7. Denise é investigada pelo MP (Ministério Público) por suspeita de favorecer o consórcio FM Rodrigues/CLD na concorrência em detrimento do Consórcio Walks. Em um dos áudios, a ex-diretora disse ser “inimiga da WTorre”, empresa integrante do consórcio perdedor.


Nos áudios, Denise trata Luis Augusto Panadés, um dos exonerados nesta quinta-feira, como seu “braço direito”. Panadés também é um dos presentes da reunião em que foi combinada a versão do Ilume para o choque que matou o chapeiro Júlio Lima Santos, 21 anos, vítima de uma descarga elétrica ao encostar em um poste semafórico, no bairro do Ipiranga, na zona sul da cidade, em novembro passado.

Nessa reunião, que teve também a presença de José Thomaz Mauger, outro que deixou o Departamento e que fez parte da comissão de licitação da PPP, eles admitem que o acidente pode ter sido causado por falha de manutenção na rede pública de São Paulo.


Ana Claudia Pierry Camargo Kim e Viviane Anaya de Castro também aparecem nos áudios. As duas conversam com a secretária Cristina Maria Chaud de Carvalho, autora das gravações, sobre suposto recebimento de propina por parte da diretora em relação ao contrato da PPP.

O caso

A concorrência é uma PPP (Parceria Público-Privada) que valerá para os próximos 20 anos. É um contrato de R$ 6,9 bilhões para a modernização e melhorias na manutenção da infraestrutura da rede de iluminação pública de São Paulo.


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O projeto prevê a instalação de 618 mil lâmpadas de LED na cidade. A FM ganhou a licitação com proposta de R$ 30.158.492 mensais por 20 anos, R$ 7 milhões a mais por mês do que o proposto pelo consórcio perdedor.

O MP de São Paulo investiga suposta irregularidade no edital da concorrência. O Inquérito Civil 784/2017 está em andamento na 9ª Promotoria do Patrimônio Público.

Segundo a prefeitura, o Consórcio Walks foi excluído da licitação porque era integrado pela empresa Quaatro, controladora da Alumini, que foi declarada inidônea pelo Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União, o que impediria a participação em licitações.

As gravações

As gravações foram feitas entre outubro de 2017 e janeiro deste ano pela secretária de Denise Abreu, Cristina Maria Chaud de Carvalho, que foi exonerada no final de janeiro de 2018.

Denise Abreu já havia trabalhado na Casa Civil da Presidência da República entre 2003 e 2006, e ocupado o cargo de diretoria da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), em 2007.

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