São Paulo Em novo revés, Justiça barra trâmite de reforma da Previdência em SP

Em novo revés, Justiça barra trâmite de reforma da Previdência em SP

Tema tramita em duas frentes: PEC e PLC. A decisão determina que o primeiro deve ser votado e, só depois, o segundo deve ser debatido

  • São Paulo | Plínio Aguiar, do R7

Reforma da Previdência de Doria segue sofrendo derrotas

Reforma da Previdência de Doria segue sofrendo derrotas

Edu Garcia / R7

Em novo revés, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou, na noite desta quinta-feira (19), que a Assembleia Legislativa paralise as atividades parcialmente sobre a reforma da Previdência.

A reforma da Previdência, proposta pelo governador João Doria (PSDB), tramita na Alesp por meio de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 18 e de um PLC (Projeto de Lei Complementar) 80, este em caráter de urgência.

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O mandado de segurança é assinado pelos deputados Emídio de Souza e Teonílio Barba, ambos do PT. De acordo com o documento, o PLC, texto que recebeu 151 emendas e 1 substitutivo, tem relevância e que deve ser debatido entre os parlamentares. Diz, ainda, que o fato do documento ter recebido três relatores especiais, manobra regimental para acelerar o processo, “fere o princípio de colegialidade e a razoabilidade”.

“Enquanto a PEC paralela da Previdência não for aprovada, promulgada e publicada, ou, alternativamente, enquanto não for alterada a Constituição do Estado, é defeso ao legislador estadual modificar, por meio de lei complementar, o sistema previdenciário vigente”, argumenta.

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O desembargador Alex Zilenovski acatou o pedido do deputado, e deferiu parcialmente ao mandado, determinando que o PLC só deve ser apreciado após votação da PEC. “Em situações de alegada violação e premissas de validade do processo legislativo, mostra-se cabível o mandado de segurança para resguardar a regularidade jurídico-constitucional do processo político de deliberação e aprovação de lei”, defendeu.

Ainda segundo a decisão, Zilenovski concedeu 10 dias para que o presidente da Assembleia Legislativa, Cauê Macris (PSDB), se manifeste sobre o assunto. Procurado, o tucano afirmou que irá recorrer.

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A Previdência tem rendido derrotas ao governo de São Paulo. Isso porque a reforma estava suspensa antes mesmo dessa decisão. No dia 6 de dezembro, o Tribunal de Justiça determinou a paralisação do tema e provocou críticas de Doria ao Judiciário. Na ocasião, o tucano disse não considerar uma boba medida e que respeita os três poderes, mas argumentou que “são independentes”. A Assembleia recorreu e o debate foi parar no STF (Supremo Tribunal Federal).  O presidente da Corte, Dias Toffoli, negou a liminar e manteve a suspensão da Previdência.

“É inadmissível que os aliados de Doria coloquem em votação de maneira açodada um projeto que, além de impactar a vida de todos os servidores do Estado, não tem fundamento jurídico se a Constituição Estadual não for alterada”, disse Souza. “Essa é uma nova vitória dos servidores, mas mesmo a notícia sendo muito bom, é necessário manter a mobilização”, defende.

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