Escola acusada de maus-tratos é suspeita de dar remédios a crianças sem autorização dos pais
Segundo inquérito policial, bebês eram submetidos a intenso sofrimento físico e mental e eram amarrados em banheiros
São Paulo|Do R7, com informações da Record TV
Além das acusações de maus-tratos a crianças, a escola infantil Colmeia Mágica, na zona leste de São Paulo, é também suspeita de dar remédios a elas sem autorização dos pais. A informação consta no inquérito policial, segundo a Record TV.
De acordo com a investigação, medicamentos como Dipirona e outros analgésicos eram administrados para que as crianças adormecessem e se acalmassem.
A diretora da escola teve a prisão decretada pela Justiça de São Paulo, mas até o momento não foi localizada pelas equipes em nenhum dos endereços. Segundo os advogados, ela deve se apresentar à polícia em um momento oportuno.
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Ainda de acordo com a Record TV, a defesa da diretora sabe onde ela está, mas afirma que ela ainda não se apresentará.
O advogado Rafael Moreira de Souza Júnior entrou com um pedido de habeas corpus na terça-feira (22) sob a alegação de que a diretora sofre perseguição e ameaça.
Investigação
As investigações começaram depois que vídeos que revelavam maus-tratos a bebês dentro da escola foram compartilhados nas redes sociais. Nas imagens, quatro crianças aparecem amarradas com lençóis em banheiros da instituição, localizada na Vila Formosa.
Uma mãe, em anonimato, relatou à reportagem que o filho apresentava um comportamento retraído quando era levado à escola e que, em mais de uma oportunidade, voltou de lá com hematomas.
“Eu perguntava. Sempre falavam que foi o amiguinho que empurrou ou que ele escorregou. Jamais ia pensar que meu filho estava sendo maltratado”, disse a mãe.
Os pais dos alunos realizaram diversos protestos em frente à instituição com cartazes e gritos de ordem. A primeira denúncia foi registrada no início do mês. Os muros da escola foram pichados com palavras como "desumano", "crime", "lixo" e "Justiça", depois apagadas com tinta preta.
A Polícia Civil já ouviu 22 pessoas, entre professores, funcionários, pais de alunos e responsáveis pela escola. São investigadas também uma auxiliar de limpeza e a irmã e sócia da diretora, mas elas respondem em liberdade.
No relatório encaminhado ao Ministério Público, o delegado afirma que provas revelam que as três submetiam as crianças a intenso sofrimento físico e mental como forma de castigo.
A polícia tem até o dia 20 de abril para encontrar a diretora. As equipes acreditam que ela pode atrapalhar as investigações.