A filha de Paulo Cupertino, Isabela Tibcherani, disse que se surpreendeu com a revelação de que o pai tinha conseguido emitir um RG com dados falsos para conseguir fugir após cometer o assassinato do ator Rafael Miguel e dos pais do jovem. Isabela namorava com o ator e o Cupertino era contra o relacionamento. O documento é a última pista oficial que a polícia tem da fuga. O crime aconteceu em São Paulo no dia nove de junho do ano passado. Cupertino atirou 13 vezes nas vítimas em frente de casa. Depois, nunca mais foi visto. O assassino foi pessoalmente a um posto do instituto de identificação na cidade de Jataizinho do Paraná, tirou foto no local, cedeu as digitais e saiu com uma nova identidade, que deve ter ajudado na saída do país. "Eu não tinha conhecimento desse novo fato até hoje”, diz Isabela. "De todas as possibilidades a que eu menos esperava é que ele fosse tirar um documento válido e sem mudar tanto a aparência, porque pra mim ele está idêntico", afirma a jovem. Cupertino deu entrada no documento no dia 5 de julho do ano passado. Retirou no dia 16. Ou seja, ele ficou ao menos 11 dias na região. "Eu nunca tive conhecimento de nenhum tipo de parentesco vindo da parte dele no Paraná. Eu sabia de Minas Gerais, eu sabia das idas e vindas dele no Paraguai. Mas, no Paraná, não." O novo RG, em nome de Manoel Machado da Silva, foi cancelado. A polícia faz buscas em Jataizinho para tentar refazer os passos do criminoso. "Pode ser que ele tenha ficado aqui em algum hotel. Os investigadores durante essa semana vão tentar localizar esse local que ele ficou ou até na casa de alguma pessoa que estaria dando suporte a ele", diz o delegado Vitor Dutra de Oliveira. Isabela acredita que a descoberta de que o pai está usando um documento com dados falsos colabore com as buscas. "Espero que agora fique mais fácil para agilizar as procurações e que isso dê um gás na polícia, nas investigações para encontrar ele”, disse à Record TV. Para o advogado criminalista Pedro Iokoi, se houvesse um sistema de identificação nacional integrado, Paulo Cupertino já estaria preso. "A partir do momento em que você não tem uma integração plena, é possível que você tenha outros procurados que tenham obtidos documentos falsos, de material verdadeiro, mas de conteúdo falso de país afora e que eles transitem à margem da Justiça, sem serem capturados, para responder os processos aos quais eles deveriam responder." O ator Rafael Henrique Miguel, de 22 anos, e os pais do rapaz, João Alcisio Miguel, de 52 anos, e Miriam Selma Miguel, de 50 anos, morreram baleados no dia 9 de junho do ano passado na Estrada do Alvarenga, na região de Pedreira, zona sul de São Paulo. O jovem era conhecido por ter interpretado o personagem Paçoca na novela Chiquititas.Veja também: Amigos que ajudaram assassino de Rafael Miguel a fugir se contradizem Rafael, acompanhado dos pais dele, foi até a casa de sua namorada, Isabela Tibcherani, conversar com o pai dela, Paulo Cupertino, sobre o namoro. A família foi recebida pela jovem e pela mãe dela. Quando Cupertino chegou ao local, armado, atirou nas três vítimas que estavam no portão da casa.Leia mais: Caso Rafael Miguel faz um ano e polícia não tem pistas do assassino Cupertino disparou 13 vezes contra a família do namorado da filha. Sete acertaram Rafael. O pai do rapaz foi atingido 4 vezes e a mãe foi baleada no peito e no ombro. Os três morreram no local.Assista a todos os vídeos sobre o caso Rafael Miguel: