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Justiça adia júri de ex-PM suspeito de chacina na Pavilhão Nove

Rodney Dias dos Santos seria julgado sob acusação de executar oito pessoas. Justiça considerou que não havia indícios para julgar outro PM réu

São Paulo|

Sede da Pavilhão Nove onde ocorreu a chacina que deixou oito mortos em SP
Sede da Pavilhão Nove onde ocorreu a chacina que deixou oito mortos em SP Sede da Pavilhão Nove onde ocorreu a chacina que deixou oito mortos em SP

A Justiça de São Paulo adiou o júri popular que julgaria o ex-policial militar Rodney Dias dos Santos, suspeito de participar da chacina da torcida Pavilhão Nove, do Corinthians, que terminou com oito pessoas executadas a tiros no dia 18 de abril de 2015. A audiência estava marcada para esta quarta-feira (23), às 10h. 

Segundo o Tribunal de Justiça, diversas testemunhas faltaram à sessão, o que causou o aditamento. O julgamento foi remarcado para o dia 25 de março, uma segunda-feira.

Leia mais: Ex-PM e PM acusados de chacina na sede da Pavilhão Nove vão a júri

A chacina ocorreu em março daquele ano, à noite, durante um churrasco na quadra da Pavilhão, na Ponte dos Remédios, zona norte de São Paulo, que antecedia uma partida entre Corinthians e Palmeiras. Segundo o MPE (Ministério Público Estadual), Santos e mais duas pessoas renderam todos os presentes na festa em busca de um homem conhecido como "Dumemo", de 34 anos.

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Dumemo e Santos, ainda segundo o MPE, seriam traficantes com atuação na região do Ceagesp e estavam disputando espaço. O ex-PM, na época ainda policial, teria ido à quadra para assassinar o rival. As demais mortes teriam ocorrido para não revelar os autores dos crimes.

Seis testemunhas estavam convocadas para o julgamento. Quatro eram da defesa de Santos. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Santos.

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A reportagem entrou em contato com as defesas de Rodney Dias dos Santos e Walter Pereira da Silva para comentar o julgamento, mas não obteve retorno até a publicação da matéria.

Entenda o caso

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O ex-PM e o PM são suspeitos de terem cometido uma chacina, que terminou com oito mortos, na sede da torcida organizada corintiana Pavilhão Nove. De acordo com o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), no dia 18 de abril de 2015, Rodney e Walter, acompanhados de um outro homem não identificado, foram até a sede da Pavilhão Nove, na Ponte dos Remédios (zona oeste de São Paulo), e renderam todos que estavam no local. A sede recebia mais pessoas do que o habitual porque horas antes havia ocorrido um campeonato de futebol entre integrantes da torcida.

Quando os suspeitos chegaram no local, tentaram render todos os presentes. No entanto, alguns tocedores teriam conseguido fugir. Oito continuaram dentro da sede. Eles tiveram que deitar no chão e colocar as mãos na cabeça. O trio, então, teria matado todos.

Segundo as investigações, o crime teria ocorrido porque o ex-policial militar teria um desafeto com uma das vítimas, conhecida como Dumemo, em função de uma suposta disputa pelo tráfico de drogas na região do Ceasa (zona oeste de São Paulo) e pela liderança da Pavilhão Nove. Os outros sete teriam sido mortos para que não houvesse testemunhas do crime.

A juíza Giovanna Christina Colares, da 5ª Vara do Júri de São Paulo, havia intimado dez testemunhas para prestar depoimento perante os jurados, sendo eles: cinco de acusação, três de defesa (que são protegidas), além de outras duas pessoas que foram indicadas pela defesa e acusação.

PM não reconhecido

Em 5 de maio de 2015, Rodney e Walter tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça de São Paulo. A prisão foi convertida em preventiva um mês depois, em 3 de junho. No dia 4 de dezembro do mesmo ano, no entanto, Walter teve a prisão revogada e substituída por medidas cautelares.

Leia mais: Imagens de um auto posto ajudam a polícia na investigação da chacina do Pavilhão 9

O MP-SP concordou com o pedido da defesa de revogar da prisão do policial militar, porque nenhuma testemunha reconheceu Walter como sendo um dos integrantes do grupo que atirou nos oito integrantes da Pavilhão Nove, além de não ter nenhuma evidência que os dois acusados tinham relação de amizade. Os membros da torcida corintiana, ouvidos no processo, disseram não conhecer o PM.

À época, Rodney também negou qualquer envolvimento no crime. De acordo com o ex-policial militar, no dia e horário do crime ele estava em sua casa. O ex-PM afirma que “não deveria estar colocado com réu, e sim como mais uma vítima, uma vítima do nosso país que é preconceituoso”.

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