Justiça mantém liberdade de Cristian Cravinhos, condenado pelo caso Richthofen
Juíza negou recurso apresentado pelo Ministério Público, que contestava a progressão do réu ao regime aberto; instituição encaminhou o caso à instância superior para nova análise
São Paulo|Do R7

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo negou um recurso apresentado pelo Ministério Público — que contestava a progressão do réu ao regime aberto — e decidiu manter em liberdade Cristian Cravinhos de Paula e Silva, um dos condenados pelo assassinato de Manfred e Marísia Von Richthofen.
A determinação foi assinada pela juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani. Com a negativa ao recurso, o Ministério Público encaminhou o caso à instância superior para nova análise e eventuais providências.
No último dia 6 de março, o promotor Rafaelle de Filippo Filho havia impetrado um agravo de execução, argumentando que Cravinhos, além de ter sido condenado por crimes de natureza grave e violenta, envolveu-se em outros episódios após a progressão de regime. Entre eles, está a tentativa de suborno a policiais após ser acusado de agressão a uma mulher.
O recurso apresentado pelo MP também destacou laudos psicológicos que apontam instabilidade emocional e dificuldades de integração intelectual e afetiva por parte do réu, com base em testes aplicados pelo método Rorschach.
Condenado em 2006 a 38 anos de prisão, Cristian Cravinhos cumpriu parte da pena e hoje se encontra em regime aberto. Segundo o promotor, apesar da função ressocializadora da pena, cada caso deve ser analisado individualmente, levando em conta o histórico e o comportamento do apenado.
Relembre o crime
A investigação da morte de Manfred e Marísia Von Richthofen apontou que os irmãos Cristian e Daniel Cravinhos mataram os dois a mando de Suzane Von Richthofen, filha do casal.
Suzane e Daniel viviam um relacionamento que não era aprovado pelos pais. A intenção, segundo a investigação, era que Suzane ficasse com a herança dos pais após o assassinato. Suzane saiu da prisão no início de 2023 após progredir para o regime aberto. Daniel está em regime aberto desde 2018.
Leia a nota do MP sobre o recurso:
Inconformado com a decisão que colocou Cristian Cravinhos no regime aberto, o Ministério Público de São Paulo impetrou agravo de execução nesta quinta-feira (6/3). O documento assinado pelo promotor Rafaelle de Filippo Filho frisa que um dos assassinos de Marísia e Manfred Von Richthofen cumpre pena por crimes graves e violentos, tendo cometido outro delito (tentativa de subornar policiais após ser acusado de agredir uma mulher) quando beneficiado anteriormente com a progressão de regime. Ainda segundo o membro do MPSP, o réu cumpriu diminuto tempo da sentença de 38 anos imposta no ano de 2006 em virtude dos homicídios.
O agravo sustenta também que, conforme resultados de teste realizado pelo método Rorschach, Cravinhos é impactado por instabilidade emocional e dificuldades de integração entre os aspectos intelectuais e afetivos. “Essas limitações interferem negativamente na qualidade de suas interações e na adaptação às demandas do cotidiano”, diz o laudo.
Ao pedir a reforma da decisão Judicial, Filippo Filho afirma que, embora a finalidade da pena seja a reinserção social do sentenciado, cada réu é um ser único, acrescentando que Cravinhos demonstra grande periculosidade e dificuldade de adaptação ao convívio em sociedade.
Apuração de Letícia Assis e Guilherme Gomes, da Agência Record
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp