Justiça Militar condena 3º de 53 PMs denunciados por ligação com PCC
Três policiais militares já foram absolvidos no maior processo de crime da Justiça Militar no país. Outros dois PMs devem ser julgados nesta sexta-feira
São Paulo|Kaique Dalapola, do R7
O TJM-SP (Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo) julgou o sexto de 53 policiais militares envolvidos no maior processo de crime da Justiça Militar no país. Na tarde desta quinta-feira (27), o cabo Edson Luiz Santana Machado Filho foi condenado a cinco anos e quatro meses de reclusão em regime semiaberto.
Os PMs do 22º Batalhão, na zona sul de São Paulo, foram denunciados pelo MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) por ligação com supostos traficantes membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Conforme o Ministério Público, os PMs extorquiam traficantes e cobravam para devolver drogas apreendidas ou libertar pessoas para dar continuidade ao funcionamento do comérdio de entorpecentes na região onde atuavam.
O cabo Machado foi denunciado por associação para o tráfico, organização criminosa e concussão (que é, conforme o Código Penal Militar, "exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida").
A denúncia do promotor de Justiça Militar Cláudio Henrique Bastos Giannini ainda aponta que o o cabo da Polícia Militar usou da função pública para praticar o crime. Machado entrou para PM em 2007 e, oito ano depois, foi promovido a cabo.
Antes do cabo Machado, outros cinco policiais militares haviam ido para o banco dos réus pelos crimes cometidos em 2018. Os 53 PMs foram presos em dezembro do ano passado e, dois meses depois, o Ministério Público ofecereu a denúncia.
Entre os dias 17 e 25 deste mês, os soldados Felipe Marinho Rici Novais e Herwenton Araújo de Oliveira e o cabo Flávio Alves Nunes foram absolvidos, enquanto o soldado Luan Carlos de Almeida foi condenado a oito anos e 11 meses de prisão, e o também soldado João Vitor Martins Tangerino teve a pena de nove anos e quatro meses de prisão decretada.
Nesta sexta-feira (28), mais devem ir ao banco dos réus do TJM-SP: 2º sargento Wagner Ferreira de Barros e do soldado Denis Martins Iachelli. Depois, os julgamentos devem ser retomados em 16 de julho, com o julgamento dos soldados Matheus Moreira Pires e Lucas Moreira Pires.
Ao longo do processo, os policiais militares negaram fazer parte de organização criminosa juntamente com integrantes do Primeiro Comando da Capital.
Veja, abaixo, quem são os 53 policiais militares acusados pelo Ministério Público por suposta ligação com o Primeiro Comando da Capital neste processo: