Mais dois são presos suspeitos de morte de família no ABC
De acordo com a Record TV, os dois passam por audiência de custódia. Um outro suspeito teve prisão confirmada na manhã desta terça
São Paulo|Do R7, com informações da Record TV
Cinco pessoas estão presas sob suspeita de envolvimento na morte de uma família no ABC Paulista. As duas primeiras foram Ana Flávia Gonçalves e Carina Ramos, detidas no dia seguinte ao crime. Nesta terça-feira (4), houve mais três prisões. De manhã, um primo de Carina foi detido. No início da tarde, outras duas pessoas. A informação é da Record TV.
A polícia chegou aos outros três suspeitos depois de um depoimento prestado por Carina na segunda-feira (3). Segundo a Record TV, ela mudou sua versão do o crime e apontou o primo como um dos autores.
Os cinco são suspeitos de assassinar a pauladas Flaviana Gonçalves, de 40 anos, Romuyuki Gonçalves, de 43 anos, e seu filho mais novo, Juan Gonçalves, de 15. Os corpos das três vítimas foram encontrados carbonizados dentro do porta-malas de um carro em uma região de mata em São Bernardo no dia 28 de janeiro. Ana Flávia, uma das primeiras presas, é a filha mais velha do casal, e Carina é mulher dela.
De acordo com o novo relato de Carina, quando Flaviana entrou de carro no condomínio na noite do crime, havia três homens armados com ela no veículo. Os homens teriam entrado na casa, rendido a família e exigido a entrega de bens e senhas de banco. Em seguida, teriam colocado as três vítimas dentro do carro e saíram. Carina e Ana Flavia estavam logo à frente, em outro veículo.
Leia mais: 'Não precisava fazer crueldade', diz parente de família morta no ABC
O depoimento de Carina foi considerado inconsistente, pois não conseguiu explicar como seu primo acabou envolvido. Após o depoimento, a prisão temporária do suspeito foi decretada e além de busca e apreensão na casa dele. A presença do homem na cena do crime coincide com o relato da testemunha - sob proteção da Justiça - que disse ter visto um homem alto na casa.
Carina também afirmou que as vítimas foram mortas fora da casa. Porém, perícias apontaram que havia manchas de sangue nos quartos e que os três foram atingidos com golpes na cabeça. A suspeita também não soube explicar o que aconteceu depois que as duas saíram do condomínio e porque não avisaram a polícia sobre o suposto sequestro da família. Da casa, foram levados eletrônicos, joias e cerca de R$ 8 mil em moeda local e estrangeira.
Veja também: Justiça decreta sigilo de investigação sobre morte de família no ABC
A causa do crime ainda é desconhecida. Romuyuki e Flaviana não aceitavam o relacionamento da filha com Carina. A relação da família com o casal era conturbada. As duas se casaram em cartório no último dia 9 de janeiro. A família não sabia da união.
O caso
Três corpos carbonizados foram encontrados dentro de um Jeep Compass em uma área de mata na Estrada do Montanhão, área de mata em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, na madrugada de terça-feira (28). Quando as equipes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros chegaram ao local, o veículo ainda estava pegando fogo.
Os corpos eram do casal Flaviana Gonçalves, de 40 anos, e Romuyuki Gonçalves, de 43 anos, e seu filho mais novo, Juan Gonçalves de 15.
A filha mais velha do casal, Ana Flávia Gonçalves, de 24 anos, e a mulher dela, Carina Ramos, de 31, tiveram prisão temporária de 30 dias decretada na noite de quarta-feira (29). A polícia justificou o pedido de prisão alegando contradições no depoimento do casal.
De acordo com a polícia, as suspeitas mencionaram que a família tinha uma dívida com um agiota e que Flaviana teria saído de casa de madrugada para realizar o pagamento e depois seguiria para Minas Gerais. A presença do adolescente no carro, porém, fez a polícia desconfiar da versão. A Polícia Civil já tinha como uma das linhas de apuração uma possível briga familiar. Os pais, segundo os investigadores, não aceitavam o relacionamento da filha com outra mulher.
Investigação
Na primeira visita da polícia à casa onde a família morava, em um condomínio de Santo André, os agentes encontraram o imóvel revirado, além de marcas de sangue pelos cômodos. Os investigadores consideraram estranho a residência estar nestas condições, pois não havia sinais de arrombamento. Do local foram roubados eletrodomésticos, cerca de R$ 8 mil, dólares, joias e uma arma.
De acordo com a perícia, litros de água sanitária e manchas de sangue foram encontrados no quarto do adolescente. Também foram localizadas manchas de sangue em peças de roupa de Ana Flávia, a filha.
Um laudo preliminar da polícia apontou que, antes de terem seus corpos carbonizados, as três vítimas morreram com pauladas na cabeça. Como todos os golpes foram do lado direito, a suspeita é de que o autor seja canhoto. Uma testemunha que está sendo preservada contou aos policiais que ouviu barulhos estranhos vindos da casa onde as vítimas moravam, em Santo André.
Uma testemunha revelou que viu um homem de cerca de 1,90 m de altura, junto com as duas suspeitas, na noite do crime, carregando algo pesado para o carro. A investigação quer saber se seriam os corpos das vítimas, já mortas na casa.
Câmeras
As suspeitas sobre a filha ganharam força depois de as imagens da câmera de segurança mostrarem que ela e a mulher estavam na casa na noite do crime. Por diversas vezes, as duas foram flagradas manobrando os carros da família. O carro de Ana Flávia e Carina também é visto entrando e saindo do local várias vezes. Em depoimento à polícia, Carina, que chegou às 20h ao local, alegou ter entrado por volta das 22h. Câmeras mostram que ela usava um casaco com capuz, mesmo fazendo calor, o que também gerou desconfiança da polícia.
Quando o veículo da família deixa o condomínio, por volta de 1h, o carro de Carina e Ana Flávia sai na frente. Duas horas depois, os corpos de Flaviana, Romuyuki e Juan são encontrados.
Segundo a polícia, ao serem questionadas para onde seguiram após deixarem o condomínio, cada uma das suspeitas disse que se dirigiram a lugar diferente. A polícia pediu quebra do sigilo telefônico das duas mulheres para analisar sua troca de mensagens.
Lucas Domingos, então advogado do casal, negou qualquer tipo de participação das duas com o crime e disse não ter certeza se há contradições em seus depoimentos.
A polícia investiga se Flaviana, a mãe, teria sido obrigada a dirigir seu próprio carro com os corpos do marido e do filho. Imagens de câmeras de segurança do condomínio mostram o momento da saída do Jeep que, mais tarde, seria encontrado com os três mortos. Também está sendo apurada a hipótese de Flaviana ter sido rendida antes mesmo de chegar em casa e de seu corpo ter sido transportado no porta-malas junto com os outros dois.