Ministra critica ação policial em protestos contra Copa
Ideli Salvatti promete que procedimentos serão tomados para que violência não se reproduza
São Paulo|Do R7
A ministra Ideli Salvatti, da SDH (Secretaria de Diretos Humanos) da Presidência da República, classificou como "desnecessária" e "inadequada" a ação policial na repressão aos protestos contra a Copa do Mundo em dez das 12 cidades sede, na quinta-feira (12), mesmo dia do jogo de abertura do Mundial.
Na manhã desta sexta-feira (13), durante apresentação das ações de enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes na Copa do Mundo, ela citou o caso de São Paulo, onde um manifestante "subjugado" foi detido por policiais e recebeu spray de pimenta nos olhos.
De acordo com a ministra, há um protocolo de atuação que deve ser seguido pelas forças policiais e de repressão federais, estaduais e municipais e os governos estão preparados para acompanhar "excessos que aconteçam de ambos os lados".
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— Vamos (a SDH) adotar os procedimentos necessários para que esse tipo de evento não se reproduza.
Para Ideli, os protestos foram "aquém das expectativas", já que, somando-se todos os atos.
— O número de manifestantes não ultrapassou 4.000 pessoas, face aos milhões de brasileiros e turistas que participaram do evento esportivo, com caráter de confraternização entre os povos.
Ela também citou a ação policial na Radial Leste, via de acesso à Arena Corinthians, em São Paulo, onde houve confrontos entre manifestantes e policiais e prisões.
— O direito de manifestação é absolutamente preservado, porém, não é permitido depredação de patrimônio ou impedir a movimentação de outras pessoas.
A ministra também comentou o processo de "higienização social" denunciado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio), de que, com a aproximação da Copa do Mundo, a Prefeitura estaria retirando moradores de rua de centro, Lapa, Copacabana e Maracanã, áreas de grande circulação de turistas.
— Eu não posso dizer que isso não esteja acontecendo, mas estamos mobilizados para impedir que ocorra.
Ela garantiu que existe um protocolo "para impedir, evitar e combater" ações compulsórias para retirada dos moradores de rua e ressaltou que há "um viés de raça e classe social nos índices de violência" no Brasil.
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