“Amenizei o risco que as ameaças tinham, porque a gente não espera nunca que isso aconteça”, conta Daniela Costa e Silva, mulher do Major Costa e Silva, candidato ao Governo de São Paulo pelo Democracia Cristã, vítima de atentado na noite de quarta-feira (3), em Ribeirão Pires, no ABC paulista.
Em entrevista ao R7, Daniela confirma que a família vinha sofrendo ameaças nos últimos dias. “Uma mensagem no Facebook dizendo que sabia onde meu filho estudava e outra pelo Instagram dizendo que algo ia acontecer com eles em breve”, relata. “Mas achamos que era bobagem, que era uma piada de mal gosto”, diz ela.
Por volta de 21h desta quarta-feira, quatro homens em duas motocicletas cercaram o carro do candidato e atiraram. O major estava na companhia do coordenador de sua campanha, o capitão Hamilton da Silva Munhoz. Os disparos acertaram o veículo e também o colete balístico de Munhoz. A dupla foi encaminhada para o Hospital Santa Helena, em Santo André — segundo a instituição, ambos estão conscientes, em bom estado de saúde e sem perfuração por arma de fogo.
“Agora o momento é outro. Relatamos ao delegado da Polícia Civil todas as ameaças que vínhamos sofrendo e a investigação será feita. Inclusive, essa noite tivemos o apoio maravilhoso da PM”, conta Daniela. “Com certeza iremos pedir um reforço policial para situações em ambientes abertos e em contato com o público”, diz ela, ao ser questionada sobre auxílio das polícias durante atos da campanha.
Durante o atentado, houve troca de tiros. O capitão Munhoz perdeu o controle do carro e capotou o veículo em um rio. Segundo vídeo feito pela campanha e gravado ainda no hospital, o coordenador da campanha relatou que Major Costa e Silva disparou contra os vidros do carro e, dessa forma, conseguiram escapar do afogamento.
Jair Bolsonaro
No dia 6 do mês passado, o candidato a Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL-RJ) foi alvo de ataque na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Durante comício, o ex-militar foi esfaqueado por Adélio Bispo de Oliveira, o qual confessou o crime em depoimento à polícia. Recentemente, o MPF (Ministério Público Federal) do Estado Mineiro denunciou o acusado por crime contra a segurança nacional.
Questionada sobre uma possível relação entre os atentados a ambos militares, Daniela não sabe dizer se tem ligação. “Não sei se pertencem ao mesmo grupo ou até mesmo ao partido, mas não são casos isolados ou por conta própria. É um esquema”, diz.
“Isso tem realmente a intenção de coibir militares de entrarem na vida política”, desabafa. “É um absurdo, uma vez que lutam pela segurança pública do País, do Estado, da Nação.”
Outro Lado
Procurada pela reportagem, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou por meio de nota que a Delegacia de Ribeirão Pires investiga o caso por meio de inquérito policial. "As vítimas serão ouvidas e todas as circunstâncias do fato estão sendo apuradas", comunicou a pasta, reafirmando que "diligências estão em andamento visando identificar e prender os autores.",
Por meio de telefone, a assessoria comunicou que não encontrou nenhum boletim de ocorrência em relação as ameaças, tampouco foi solicitado reforço policial para a campanha