O novo secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, afirmou na quarta-feira (21) que não vai ceder um milímetro no combate ao crime organizado.
—Haverá enfrentamento dentro da lei e do respeito aos preceitos constitucionais.
Ele acrescentou ainda que "não vai haver ruptura" em relação à atual política de segurança.
—Vamos fazer aprimoramentos.
Novo secretário de Segurança assume nesta quinta-feira
Noite violenta tem 18 baleados na Grande SP
Ex-procurador-geral de Justiça, Grella assume no lugar do também procurador Antonio Ferreira Pinto, demitido na segunda-feira (19) em meio à guerra não declarada entre Polícia Militar e uma facção criminosa que já matou 93 policiais e fez os homicídios subirem 92,3% na capital (de 78 casos para 150) em outubro, em comparação a 2011 — o governo antecipou em quatro dias a divulgação dos números de violência no Estado para evitar desgaste do novo secretário.
A queda de Ferreira Pinto começou a se desenhar quando a facção decidiu matar policiais militares para vingar a morte de seus integrantes em ações das Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar). As execuções começaram em junho. Há dois meses, o governador Geraldo Alckmin procurava um nome para substituir o homem que chefiava a pasta da Segurança desde 2009. Um de seus secretários, Saulo Abreu (Transportes) chegou a se reunir com policiais em busca de uma alternativa a Ferreira Pinto.
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A presença constante da violência em São Paulo nos jornais deu ao governador a certeza de que deveria mudar.
—Nós reconhecemos as dificuldades que estamos passando e vamos nos empenhar de forma redobrada nesse trabalho.
Alckmin reconhece "dificuldades" na segurança pública de SP
Na quinta-feira passada (15), ele convidou Grella, que lhe pediu tempo para avaliar.
O ex-procurador-geral avaliou o quanto o cargo mudaria sua vida e respondeu a Alckmin na segunda-feira (19). No mesmo dia, o governador chamou Ferreira Pinto para dizer que precisava do cargo. Ferreira sentiu o impacto. Tinha confiança de que não sairia. Ficou acertado que pediria demissão na quarta-feira (21) — Alckmin anunciou a mudança às 11h.
Desafio
Grella toma posse nesta quinta-feira. Ele vai se reunir com as chefias das Polícias Civil e Militar e ouvir Ferreira Pinto.
—Vou me inteirar dos dados. O desafio será enorme. A segurança pública é complexa. Vou abrir a pasta à sociedade, ouvir todos os segmentos. Sei que o trabalho será duro e o momento é sério.
De fato, na noite de terça-feira (20), mais dez pessoas foram mortas na Grande São Paulo — sete com indícios de execução e duas em supostos tiroteios com a PM. A sucessão de fatos ameaça não dar trégua ao novo chefe da segurança. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Assista ao vídeo:
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