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Passageiros relatam insegurança e medo em meio a onda de roubos em estações do Metrô de SP

Suspeitos têm ameaçado vítimas com armas brancas e de fogo. Segundo a SSP, polícia e Metrô vão trabalhar para aumentar segurança

São Paulo|Isabelle Amaral*, do R7

Passageiros do metrô de São Paulo relatam sensação de insegurança com onda de assaltos
Passageiros do metrô de São Paulo relatam sensação de insegurança com onda de assaltos

Sete estudantes sofreram um arrastão na estação Tatuapé, da Linha 3-Vermelha do Metrô no início de setembro. O grupo amplia a lista de vítimas dos constantes assaltos registrados em diferentes estações, trens e plataformas do Metrô de São Paulo nos últimos meses.

Em meio à onda de violência, a companhia exonerou o chefe do setor de segurançana terça-feira (6), começou a instalar detector de metais em estações e deu início a um plano para contratar policiais militares em horário de folga para reforçar a segurança.

Enquanto novas medidas não produzem efeito, os relatos se repetem. O estudante de engenharia Diego Moura, de 23 anos, disse ao R7 que foi assaltado enquanto ia para a faculdade na estação Palmeiras-Barra Funda, da Linha 3-Vermelha. "Eu estava dentro do metrô sentado e o homem que estava do meu lado saiu e um outro sentou. Ele ficou um tempo parado, depois eu senti algo pontudo na minha costela. Ele simplesmente disse para eu entregar o celular e não fazer escândalo, caso contrário ele ia me esfaquear."

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Com medo, Diego precisou entregar o celular. Ele lembra que era horário de pico e o metrô estava lotado. "Ninguém percebeu o que estava acontecendo", disse. Apesar do trauma, o estudante optou por não notificar a polícia nem os seguranças. "Sei que não iam fazer nada, esses crimes acontecem direto no metrô. Ia só perder meu tempo e já estava atrasado para a aula", completou.


A estudante Chiara Godoy, de 24 anos, contou ao R7 que foi roubada na mesma estação no último dia 31. Moradora de Santa Catarina, ela estava na capital paulista apenas para ir ao show da cantora Demi Lovato e acompanhou uma amiga até o metrô, onde teve o telefone roubado. "Tirei o celular da bolsa um minuto só pra ver como eu iria embora, pois eu não tenho muito o costume de andar de metrô em São Paulo. Nisso, passou um cara por mim, tirou o aparelho da minha mão e saiu correndo. Nem consegui ver o rosto, de tão rápido que foi", lamenta a jovem.

Ainda em relação à Linha 3-Vermelha, a passageira Karolina Isabella lembra que roubaram seu celular em março quando estava parada no metrô Belém. “Tudo muito calculado, o indivíduo puxou o celular da minha mão e saiu correndo."


Linhas 1-Azul, 2-Verde e 4-Amarela

Os casos também acontecem em outras linhas. Após ter sido abordado por três homens na estação da Luz, da Linha 1-Azul, e não entregar o celular, um passageiro acabou esfaqueado. Os suspeitos fugiram, deixando a vítima ferida.

Os casos de assalto não foram registrados apenas por civis. Um policial de folga também foi vítima de assaltantes no início de agosto. O crime ocorreu na estação Higienópolis-Mackenzie, da Linha 4-Amarela, na Consolação. Por estar armado, o agente reagiu e atirou contra os suspeitos. Apesar dos disparos, nenhum outro passageiro que estava na estação ficou ferido.


A região da avenida Paulista, que também conta com várias estações de metrô, é outro ponto de ataques. Em maio, um jovem foi esfaqueado em uma tentativa de assalto na estação Trianon-Masp, da Linha 2-Verde.

Governo e Metrô

O delegado Alexandre Zakir, diretor do Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo), afirmou que o trabalho de investigação da polícia para prender os suspeitos começa pelo registro do boletim de ocorrência, com informações detalhadas sobre as características do suspeito, o local e o modo como ocorreu o assalto.

Segundo ele, a solução para esse problema da insegurança nas estações do metrô "são políticas de segurança pública eficazes que precisam vir do governo do estado".

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que a Polícia Militar e o Metrô de São Paulo estão desenvolvendo uma parceria para empregar agentes no reforço da segurança nas estações e no entorno.

O Metrô afirmou que segue "intensificando a segurança em suas estações com uma parceria com a Polícia Militar para o reforço nas estações e entornos, além do auxílio da Delpom [Delegacia de Polícia do Metropolitano] para elaborar novas estratégias".

Na quinta (8), a companhia se reuniu com o delegado titular da Delpom e também com o coronel Álvaro Camilo, secretário-executivo da PM, para discutir os desdobramentos da parceria.

*Estagiária, sob supervisão de Fabíola Perez e Márcio Pinho

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