Peritos tentam remontar jatinho que se acidentou em Santos
Técnicos norte-americanos ajudam a identificar as peças que são retiradas do local
São Paulo|Do R7

No quarto dia de buscas por peças e pistas que possam ajudar na reconstituição da tragédia com a aeronave onde estava o ex-governador Eduardo Campos e outras seis pessoas, cerca de 30 agentes da Polícia Federal e peritos da Aeronáutica trabalham com o auxílio de dois técnicos norte-americanos da empresa Cessna, fabricante do jato que caiu na quarta-feira (13) no Boqueirão, em Santos, no litoral paulista.
Desde às 6h deste sábado até por volta do meio-dia cerca de 16 kg de peças do avião foram localizados pelas equipes de busca. Os norte-americanos também são especialistas em acidentes aéreos.
A reportagem teve acesso com exclusividade ao terreno com cerca de 120 m quadrados onde são concentradas as buscas desde quarta-feira. Os bombeiros estavam no início da manhã deste sábado retirando peças do avião, entre elas uma parte da asa esquerda de 4 kg - a maior parte do jato encontrada até agora.
Sem o áudio da caixa-preta com a conversa entre os pilotos, os peritos do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) consideram fundamental remontar pelo menos parte da aeronave e identificar qual foi seu trajeto a partir da Base Aérea do Guarujá, após a arremetida. Na própria base são quatro peritos que se concentram em tentar reconstruir parte do avião.
O cenário no bambuzal onde o jato caiu ainda é de destruição total. A lateral do prédio atingido pela explosão que aconteceu após a queda está em ruínas, com partes do muro caindo. Dentro do terreno das escavações, o cheiro de queimado ainda é forte.
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Os dois norte-americanos pegam nas mãos cada peça que é retirada pelos Bombeiros da piscina do sobrado que foi atingido pela parte de frente da aeronave. As peças são imediatamente lavadas e colocadas em baldes que são encaminhados para a base da Aeronáutica no Guarujá.
Mais de 40 pessoas trabalham no local das escavações. Equipes da Defesa Civil tentam ajudar a remover o entulho retirado pelo Corpo de Bombeiros nas buscas. Moradores do prédio que segue interditado também não conseguiram até agora entrar de volta para pegar seus pertences. O advogado Vinícius Campos reclamou da falta de assistência.
— No dia do acidente minha mãe tinha operado havia só quatro dias. Ela agora vai ficar em uma clínica. O duro é que nenhum representante da empresa dona do avião ou da Cessna nos procuraram até agora.
Hoje mais três ruas do Boqueirão foram interditadas pela PF, que voltou a usar drones e robôs para tentar fazer o mapeamento em 3D de toda a área do acidente. As buscas vão ser mantidas pelo menos até o domingo à noite.