A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que as 5 mortes em São Vicente, no litoral de São Paulo, tenham sido premeditadas. Um dos indícios é o fato de que o eletricista de 40 anos, Alex Sander Correia, usou um revólver 38, que tem capacidade para realizar 6 disparos, mas havia munição para recarregar a arma. Uma testemunha ouviu ao menos 8 tiros. As informações são da Record TV.
Nesta sexta-feira (6) os cinco corpos da mesma família são velados na EMEF (Escola Municipal de Educação Fundamental) Antônio Pacífico, em São Vicente.
O resultado de um exame de DNA pode ter sido o motivo para que o atirador decidisse se vingar da família de Margarete Neto Pinheiro de Jesus, de 41 anos. Ela teve um breve relacionamento com Alex Sander, mas engravidou. Recentemente, ele descobriu que não era o pai do menino de 8 anos.
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Antes de cometer os crimes na Vila Jockei Clube e se matar, ele atirou na cabeça da atual mulher, na casa onde viviam no bairro do Humaitá. Renata está internada, mas está fora de perigo. Ela será uma peça-chave para a investigação.
O porteiro Robson, cunhado de Margarete, revelou que precisou tirar o sobrinho do local do crime. Ele contou que a criança presenciou as mortes: "ele saiu com a mão pra cima, no meio dos corpos, eu peguei ele e trouxe para fora. Ele está em choque". Robson e o filho sobreviveram porque se trancaram no banheiro.
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As mortes
Alex Sander começou a discutir com a atual companheira Renata em razão do resultado do exame de DNA. Ela teria zombado por ele não ser o pai da criança, fruto de um relacionamento extraconjugal. Ambos viviam no bairro do Humaitá, em São Vicente.
Nesse momento, Alex Sander reagiu atirando contra a cabeça da mulher, que foi levada a um hospital, segundo a Polícia Militar. Com uma moto de cor preta, o homem seguiu para o bairro de Vila Jockei para se vingar.
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No local, ele invadiu o terreno em que vivia a família da ex-namorada Margarete, de 41 anos. Na casa, além dela, estava a mãe Daulira das Graças Neto Neves, de 65 anos, o padrasto Carlos Alberto Neves, de 57 anos, a irmã Maísa das Graças Silva, de 39 anos, e a sobrinha Larissa Pinheiro Dumont, de 19 anos.
A primeira a ser baleada foi Maísa. “Acordamos com o barulho dos tiros e fomos ver o que estava acontecendo na casa da minha sogra. Voltei para casa e tranquei a porta, fui para o banheiro e fiquei abaixado com meu filho”, disse Robson.
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Segundo ele, preocupada com a filha Larissa, Maísa não voltou para casa e foi baleada. Na residência dos fundos, o atirador disparou ainda contra Margarete, a mãe dela e a sobrinha.
“Ele só foi embora quando meu sogro correu tentando pedir socorro e o Alex Sander foi atrás dele”, contou Robson. Carlos Alberto correu poucos quarteirões até ser atingido pelo disparo. “Eram muitos tiros, um vizinho chegou a perceber que ele tinha um pacote de munição”, revelou Robson, que afirma nunca ter visto o atirador, mas saber do resultado do exame de DNA.