Presos há 5 meses cotinuam em lista de mais procurados do Brasil
Página do Ministério da Justiça e Segurança Pública exibe fotos de três criminosos presos entre setembro de 2020 e janeiro de 2021
São Paulo|Cesar Sacheto, do R7, e Tony Chastinet, da Record TV
A lista dos criminosos mais procurados do Brasil, publicada na página do MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública) na internet, está desatualizada há cerca de cinco meses. As fotos dos três homens que ocupam o topo da relação ainda é divulgada pelo órgão federal, apesar de todos terem sido detidos entre setembro de 2020 e janeiro deste ano.
Luciano Castro de Oliveira, conhecido como o “Zequinha”, o primeiro da lista dos bandidos mais perigosos do país, foi preso no dia 17 de setembro do ano passado em um sítio onde vivia na cidade de Tejupá, no interior de São Paulo.
Davi Marques dos Santos, assaltante que participou do roubo a uma agência bancária em Criciúma, considerado o maior crime registrado em Santa Catarina, foi capturado no dia 13 de janeiro, em Limeira, também no interior paulista.
Por fim, Leandro Charias, o Nego Charia, um dos assaltantes de bancos mais perigosos do país, foragido havia cinco anos, foi preso em uma casa na zona leste de São Paulo, no dia 25 de setembro de 2020.
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Segundo o MJSP, a Lista de Procurados Nacional possui caráter estratégico para o enfrentamento às organizações criminosas do país. Trata-se de divulgação de lideranças criminosas com atuação nacional e eventualmente internacional.
A juíza de direito Ivana David, que atua na 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, explica que é preciso esclarecer onde está a falha na divulgação da lista dos criminosos mais procurados do governo federal, pois o ministro da Justiça tem o seu sistema alimentado pelas comunicações do Poder Judiciário, das polícias e do Banco Nacional de Monitoramento Prisional 2.0 do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
"A comunicação da decisão de prisão (restrição de liberdade) é do Poder Judiciario. Quando as polícias cumprem um MP [Mandado de Prisão], é comunicado e 'dado baixa'. Também quando uma prisão é revogada, comunica-se o contra-mandado", complementou Ivana David.
Mais procurados de São Paulo
No sistema que divulga a lista dos criminosos mais procurados pela Polícia Civil de São Paulo, Davi Marques dos Santos já aparece como capturado.
A relação, formulada pelas autoridades da segurança pública paulista, é encabeçada pelo empresário Paulo Cupertino, que fugiu após atirar e matar o ator Rafael Miguel e os pais do jovem, no dia 9 de junho de 2019, na Estrada do Alvarenga, na região de Pedreira, zona sul de São Paulo.
O rapaz, de 22 anos — conhecido por ter interpretado o personagem Paçoca na novela Chiquititas e por comerciais de TV — e o casal João Alcisio Miguel, de 52 anos, e Miriam Selma Miguel, de 50 anos, tinham ido até a residência da família Cupertino para conversar sobre o namoro de Rafael e Isabela Tibcherani, filha do empresário.
O que diz o Ministério da Justiça
Por meio de nota, o MJSP explicou que a página citada é do site antigo do Ministério da Justiça e Segurança Pública. "Estamos em fase de migração e temos a lista de procurados atualizada no novo site do MJSP. Segue link: https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-seguranca/operacoes-integradas/procurados.
Segundo o texto, o Ministério também faz a divulgação por meio de nota em todas as prisões que ocorrem. Você pode verificar na aba de notícias.
No link enviado, a foto de Davi Marques dos Santos ainda consta como procurado.
O órgão federal disse que o procurado está em fase de atualização por parte do Ministério, mas que a prisão também foi noticiada: https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/noticias/preso-mais-um-integrante-da-lista-de-procurados-nacional-do-mjsp.
Tribuna de Justiça de São Paulo
O R7 procurou o TJ-SP para esclarecer os prazos para envio das informações dos capturados pelo estado ao governo federal.
A assessoria de imprensa do Tribunal informou que a comunicação das prisões de procurados pela Justiça é feita pelo anco Nacional de Monitoramento Prisional 2.0 do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).