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Sexto suspeito de matar família no ABC é procurado pela polícia

Ao todo, cinco pessoas foram presas: a filha do casal assassinado, Ana Flávia, sua mulher, Carina, um primo de Carina e outros dois suspeitos

São Paulo|Do R7, com informações da Record TV

Flaviana, Juan, Romuyuki e Ana Flávia Gonçalves
Flaviana, Juan, Romuyuki e Ana Flávia Gonçalves

A polícia procura o sexto suspeito de envolvimento no assassinato da família encontrada carbonizada dentro do porta-malas de um carro em uma zona de mata em São Bernardo, no ABC Paulista, em 28 de janeiro. O suspeito já foi identificado e teve prisão temporária decretada.

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Os outros cinco suspeitos já estão presos. As primeiras detidas foram Ana Flávia Gonçalves, filha e irmã das vítimas, e a mulher dela, Carina Ramos. As duas negam o crime e alegam inocência. Na terça-feira (4), um primo de Carina foi preso de manhã e outras duas pessoas à tarde. A Polícia Civil acredita que o sexto suspeito teria buscado, com o próprio carro, o grupo no local em que o veículo das vítimas foi incendiado.

Ainda de acordo com a polícia, o objetivo do grupo era roubar R$ 85 mil, fruto de uma herança, que estava guardado em um cofre na casa. No dia do crime, no entanto, o dinheiro não foi encontrado. Por isso, Carina teria ordenado que dois dos suspeitos matassem pai e filho, que estavam na casa. Segundo um dos suspeitos, primo de Carina, ela teria participado do sufocamento das vítimas com um saco plástico. Algumas horas após os assassinatos, a mãe teria chegado na residência. As circunstâncias da morte dela ainda precisam ser esclarecidas.


O terceiro suspeito preso, primo de Carina, confessou o envolvimento no crime, segundo a polícia, e confirmou a participação de mais dois suspeitos. Segundo ele, o trio entrou no condomínio de tarde com a ajuda de Ana Flávia e Carina. Quando entraram na residência, simularam um assalto. As mulheres fingiram que foram rendidas.

O caso


Três corpos carbonizados foram encontrados dentro de um Jeep Compass em uma área de mata na Estrada do Montanhão, área de mata em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, na madrugada de terça-feira (28). Quando as equipes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros chegaram ao local, o veículo ainda estava pegando fogo.

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Os corpos eram do casal Flaviana Gonçalves, de 40 anos, e Romuyuki Gonçalves, de 43 anos, e seu filho mais novo, Juan Gonçalves, de 15.

A filha mais velha do casal, Ana Flávia Gonçalves, de 24 anos, e a mulher dela, Carina Ramos, de 31, tiveram prisão temporária de 30 dias decretada na noite de quarta-feira (29). A polícia justificou o pedido de prisão alegando contradições no depoimento do casal.

De acordo com a polícia, no primeiro depoimento as suspeitas mencionaram que a família tinha uma dívida com um agiota e que Flaviana teria saído de casa de madrugada para realizar o pagamento e depois seguiria para Minas Gerais. A presença do adolescente no carro, porém, fez a polícia desconfiar da versão. A Polícia Civil já tinha como uma das linhas de apuração uma possível briga familiar. Os pais, segundo os investigadores, não aceitavam o relacionamento da filha com outra mulher.

Investigação

Na primeira visita da polícia à casa onde a família morava, em um condomínio de Santo André, os agentes encontraram o imóvel revirado, além de marcas de sangue pelos cômodos. Os investigadores consideraram estranho a residência estar nestas condições, pois não havia sinais de arrombamento. Do local foram roubados eletrodomésticos, cerca de R$ 8 mil, dólares, joias e uma arma.

De acordo com a perícia, litros de água sanitária e manchas de sangue foram encontrados no quarto do adolescente. Também foram localizadas manchas de sangue em peças de roupa de Ana Flávia, a filha.

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Uma testemunha que está sendo preservada contou aos policiais que ouviu barulhos estranhos vindos da casa das vítimas. Um laudo preliminar apontou que, antes de terem seus corpos carbonizados, as três vítimas morreram com pauladas na cabeça. Como todos os golpes foram do lado direito, a suspeita é de que o autor seja canhoto.

Um homem de cerca de 1,90 m de altura foi visto por uma testemunha junto com as duas suspeitas, na noite do crime, carregando algo pesado para o carro. O suspeito é um primo de Carina, preso na manhã de terça-feira (4). Em depoimento, segundo a polícia, ele confessou o crime, disse que ele foi premeditado e que Ana Flávia autorizou o assassinato da família.

Segundo o depoimento do suspeito, a ideia do trio era roubar joias e dinheiro do cofre da casa. O pai e o adolescente estavam na residência, no condomínio de Santo André, com Ana Flávia e Carina quando três suspeitos chegaram e anunciaram o assalto.

Carina teria sido a primeira a ser rendida. Os homens exigiam valores. Pai e filho foram levados para o quarto do adolescente. O suspeito revelou à polícia que os dois foram mortos asfixiados depois de apanhar. Já a mãe chegou à casa mais tarde e foi vendada.

Como o cofre estava vazio e o dinheiro recebido por Romuyuki não estava na residência, houve uma conversa entre os suspeitos. Naquele momento, segundo a versão do suspeito, as duas autorizaram a morte de toda a família. Na terça-feira à tarde, mais dois suspeitos foram presos. A polícia chegou a eles a partir do depoimento de Carina na segunda-feira (3).

Câmeras

As suspeitas sobre a filha ganharam força depois de as imagens da câmera de segurança mostrarem que ela e a mulher estavam na casa na noite do crime. Por diversas vezes, as duas foram flagradas manobrando os carros da família. O carro de Ana Flávia e Carina também é visto entrando e saindo do local várias vezes. Em depoimento à polícia, Carina, que chegou às 20h ao local, alegou ter entrado por volta das 22h. Câmeras mostram que ela usava um casaco com capuz, mesmo fazendo calor, o que também gerou desconfiança da polícia.

Quando o veículo da família deixa o condomínio, por volta de 1h, o carro de Carina e Ana Flávia sai na frente. Duas horas depois, os corpos de Flaviana, Romuyuki e Juan são encontrados.

Segundo a polícia, ao serem questionadas para onde seguiram após deixarem o condomínio, cada uma das suspeitas disse que se dirigiram a lugar diferente. A polícia pediu a quebra do sigilo telefônico das duas mulheres para analisar sua troca de mensagens. Lucas Domingos, então advogado do casal, negou qualquer tipo de participação das duas com o crime e disse não ter certeza se havia contradições em seus depoimentos.

A polícia investiga as circunstâncias da morte de Flaviana, a mãe. De acordo o primo de Carina, ela não foi morta em casa. Chegou-se a cogitar que a vítima teria sido obrigada a dirigir seu próprio carro com os corpos do marido e do filho.

Mas o primo afirmou que Carina, usando uma roupa da vítima, teria entrado no carro com Flaviana, que estava vendada. Imagens de câmeras de segurança do condomínio mostram o momento da saída do Jeep que, mais tarde, seria encontrado com os três mortos.

A Polícia Civil acredita que Flaviana foi morta na Estrada do Montanhão. Tiros foram ouvidos antes de o carro ser abandonado em uma estrada de terra de São Bernardo do Campo. Na sequência, o veículo foi incendiado.

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