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'Só pensei em comer', diz, ao ser solta, mulher que furtou macarrão

Rosângela Melo, de 41 anos, deixou presídio 14 dias após prisão por furto de R$ 21,69 em alimentos. Ela falou à Record TV

São Paulo|Do R7, com informações do Cidade Alerta, da Record TV

Rosângela Melo, solta após prisão por furto de alimentos
Rosângela Melo, solta após prisão por furto de alimentos

A mulher presa por furtar R$ 21,69 em alimentos de um supermercado em setembro comemorou nesta quarta-feira (13) sua libertação. Ao deixar o presídio em Franco da Rocha, ela afirmou em entrevista exclusiva ao Cidade Alerta, da Record TV, que, "graças a Deus", recebeu ajuda e apoio, e que pegou os alimentos porque tinha fome:

"Quando eu roubei, não pensei muito. Estava com muita fome. Só pensei em comer", afirmou Rosângela Melo, emocionada.

Ela conta ter formação como auxiliar de enfermagem e ter atuado em diversas funções até ficar desempregada. Mãe de cinco filhos menores de idade, ela diz que queria pegar o macarrão instantâneo para dar a eles. Já refrigerantes e uma lata de leite condensado seriam para o seu consumo. 

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O caso ganhou notoriedade em razão das decisões da Justiça de São Paulo pela manutenção da prisão preventiva dela. Na segunda instância, o desembargador Farto Salles destacou que Rosângela tem "passado desabonador" e é reincidente. Ela já havia sido condenada por furto em duas oportunidades — em 2014, por exemplo, foi pega furtando fiação elétrica. A soltura só ocorreu após decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça).


Nesta quarta, ela afirmou que sua família é honesta e não tem o costume de furtar. "Não estava acostumada a fazer. Acho que deu muito na cara", afirmou. Ela disse considerar um "absurdo" ter sido presa porque estava com fome. "Eu só queria comer." Ainda assim, diz arrepender-se do feito e que quer pedir perdão à sua mãe e aos filhos. "Me arrependo muito por ter roubado. Tomei um susto muito grande", disse, reconhecendo que deveria ter pedido ajuda em vez de furtar.

Ela lamentou o fato de estar desempregada. Apesar da formação de auxiliar de enfermagem, ela diz também realizar faxinas e que já trabalhou com reciclagem, recolhendo itens na rua. "Mas não é uma coisa certa. Num dia dá dinheiro, no outro dia não dá nada", afirma.

Ela também agradeceu o apoio recebido da população, em razão da repercussão do caso, e do trabalho do advogado que entrou na causa. Inicialmente, a defesa foi feita pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo, que protocolou recurso em favor de Rosângela no STJ.

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