Suspeito de participar da morte de Gegê do Mangue é preso em SP
Polícia Federal prendeu o homem na manhã desta quarta-feira (16), em Itanhaém, no litoral paulista. Gegê do Mangue foi morto em fevereiro de 2018
São Paulo|Plínio Aguiar, do R7, com Ingrid Navarro, da Agência Record
Um homem foi preso nesta quarta-feira (16) suspeito de envolvimento na morte de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, em fevereiro de 2018. A prisão ocorreu em Itanhaém, no litoral de São Paulo, por volta de 6h.
Após a morte de Gegê do Mangue, liderança do PCC (Primeiro Comando da Capital) nas ruas, a Justiça do Ceará expediu um mandado de prisão contra o suspeito. Ele estava foragido desde o primeiro semestre do ano passado.
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Na manhã desta quarta-feira, agentes da PF-SP (Polícia Federal de São Paulo) o localizaram e o prenderam. No momento, o suspeito encontra-se no IML (Instituto Médico Legal) e será encaminhado para a sede da PF na Lapa.
Gegê do Mangue
Um bilhete encontrado na Penitenciária de Presidente Venceslau 2, a 600 quilômetros de São Paulo, diz que Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como Fuminho, foi o autor da morte de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue. Fuminho é gerente do Marcola, o número um do PCC.
De acordo com o bilhete, o motivo do assassinato do Gegê do Mangue é que ele estaria sendo punido por desviar dinheiro das operações que comandava pela faccção. Junto com Gegê, o comparsa Fabiano Alves de Souza, o Paca, também foi morto.
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"Ontem fomos chamados em uma ideia, aonde nosso Cabelo Duro ficou ciente que o Fuminho mandou matar o GG e o Paka. Inclusive, o Cabelo Duro e mais alguns irmãos são prova que estavam roubando", diz o bilhete, descoberto na saída da visita, no domingo (18).
Gegê estaria desviando recursos dos negócios em nome da facção criminosa para usufruir de uma vida de luxo e de que havia comprado carros, imóveis e joias — algumas teriam sido encontradas com o corpo dele.
Entenda o caso
Gegê do Mangue, maior liderança do PCC nas ruas, foi assassinado em uma suposta emboscada na reserva indígena de Aquiraz, a 30 quilômetros de Fortaleza, no Ceará. Com Gegê, também foi encontrado morto o Paca. O Ministério Público do Estado de São Paulo suspeita que o crime tenha sido motivado por disputas internas da facção.
As mortes teriam ocorrido na madrugada de sexta-feira (16) e os corpos foram encontrados na manhã seguinte. Testemunhas relataram à polícia cearense que um helicóptero pousou na região e logo depois foram ouvidos uma sequência de disparos. Investigadores paulistas acreditam que tenha sido montada uma emboscada contra Gegê e Paca.
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Milhões
O tráfico internacional de drogas na Bolívia e no Paraguai estaria rendendo ao Gegê do Mangue e ao comparsa Paca lucros entre R$ 20 milhões e R$ 40 milhões por mês.
Além de abastecerem as chamadas “biqueiras” na Grande São Paulo, Gegê e Paca atuavam também no comando do tráfico de drogas além das fronteiras. Investigações apontam que o que teria dado errado no caso de Gegê, e incomodado o líder da facção, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, seria a mistura dos negócios particulares com os da organização.
Padrão de Vida
Uma mansão avaliada em R$ 2 milhões e registrada em nome de um “laranja” é apontada pela Polícia Civil do Ceará como o local em que Gegê e Paca moravam em Aquiraz, região metropolitana de Fortaleza.
“Embora eles e as famílias vivessem bem, não era esse o padrão de vida que tinham”, diz o promotor do Gaeco. Por isso, as suspeitas de que a vida de luxo teria sido possibilitada a partir de supostos desvios do caixa do PCC.