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Terceiro suspeito de matar família carbonizada no ABC é preso

Suspeito é primo de Carina Ramos, que mudou versão do crime durante depoimento prestado na segunda-feira (3)

São Paulo|Do R7, com informações da Record TV

Ana Flávia, Juan, Flaviana e Romuyuki Gonçalves
Ana Flávia, Juan, Flaviana e Romuyuki Gonçalves Ana Flávia, Juan, Flaviana e Romuyuki Gonçalves

O terceiro suspeito de participar da morte de uma família no ABC Paulista foi preso. A informação é da Record TV e foi confirmada pela polícia por volta das 9h desta terça-feira (4).

O suspeito é primo de Carina Ramos, mulher de Ana Flávia Gonçalves. As duas cumprem prisão temporária sob suspeita de matar Flaviana Gonçalves, de 40 anos, Romuyuki Gonçalves, de 43 anos, e seu filho mais novo, Juan Gonçalves de 15. Ana Flávia é a filha mais velha do casal. As duas negam o crime.

Carina prestou depoimento à polícia na segunda-feira (3), mudou sua versão sobre o crime e apontou o rapaz como um dos autores. De acordo com a Record TV, ainda há pelo menos mais dois suspeitos procurados pela polícia. Existe a possibilidade de um terceiro também ter participado.

De acordo com o novo relato de Carina, quando Flaviana entrou de carro no condomínio, havia três homens com ela no veículo. Os suspeitos estariam com duas armas. Eles teriam rendido a família e exigido a entrega de bens e senhas de banco. Em seguida, teriam colocado as três vítimas dentro do carro de luxo e saíram. Carina e Ana Flavia estavam logo à frente, em outro carro.

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Leia mais: 'Não precisava fazer crueldade', diz parente de família morta no ABC

O depoimento de Carina foi considerado inconsistente, pois não conseguiu explicar como seu primo acabou envolvido. Após o depoimento, a prisão temporária do suspeito foi decretada e além de busca e apreensão na casa dele. A presença do homem na cena do crime coincide com o relato da testemunha - sob proteção da Justiça - que disse ter visto um homem alto na casa. 

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Carina também afirmou que as vítimas foram mortas fora da casa. Porém, perícias apontaram que havia manchas de sangue nos quartos e que os três foram atingidos com golpes na cabeça. A mulher de Ana Flavia também não soube explicar o que aconteceu depois que as duas saíram do condomínio e porque não avisaram a polícia sobre o suposto sequestro da família. Da casa, foram levados eletrônicos, joias e cerca de R$ 8 mil em moeda local e estrangeira.

Veja também: Justiça decreta sigilo de investigação sobre morte de família no ABC

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A causa do crime ainda é desconhecida. Romuyuki e Flaviana não aceitavam o relacionamento da filha com Carina. A relação da família com o casal era conturbada. As duas se casaram em cartório no último dia 9 de janeiro. A família não sabia da união.

O caso

Três corpos carbonizados foram encontrados dentro de um Jeep Compass em uma área de mata na Estrada do Montanhão, área de mata em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, na madrugada de terça-feira (28). Quando as equipes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros chegaram ao local, o veículo ainda estava pegando fogo.

Os corpos eram do casal Flaviana Gonçalves, de 40 anos, e Romuyuki Gonçalves, de 43 anos, e seu filho mais novo, Juan Gonçalves de 15.

A filha mais velha do casal, Ana Flávia Gonçalves, de 24 anos, e a mulher dela, Carina Ramos, de 31, tiveram prisão temporária de 30 dias decretada na noite de quarta-feira (29). A polícia justificou o pedido de prisão alegando contradições no depoimento do casal.

De acordo com a polícia, as suspeitas mencionaram que a família tinha uma dívida com um agiota e que Flaviana teria saído de casa de madrugada para realizar o pagamento e depois seguiria para Minas Gerais. A presença do adolescente no carro, porém, fez a polícia desconfiar da versão. A Polícia Civil já tinha como uma das linhas de apuração uma possível briga familiar. Os pais, segundo os investigadores, não aceitavam o relacionamento da filha com outra mulher.

Investigação

Na primeira visita da polícia à casa onde a família morava, em um condomínio de Santo André, os agentes encontraram o imóvel revirado, além de marcas de sangue pelos cômodos. Os investigadores consideraram estranho a residência estar nestas condições, pois não havia sinais de arrombamento. Do local foram roubados eletrodomésticos, cerca de R$ 8 mil, dólares, joias e uma arma.

De acordo com a perícia, litros de água sanitária e manchas de sangue foram encontrados no quarto do adolescente. Também foram localizadas manchas de sangue em peças de roupa de Ana Flávia, a filha.

Um laudo preliminar da polícia apontou que, antes de terem seus corpos carbonizados, as três vítimas morreram com pauladas na cabeça. Como todos os golpes foram do lado direito, a suspeita é de que o autor seja canhoto. Uma testemunha que está sendo preservada contou aos policiais que ouviu barulhos estranhos vindos da casa onde as vítimas moravam, em Santo André.

Uma testemunha revelou que viu um homem de cerca de 1,90 m de altura, junto com as duas suspeitas, na noite do crime, carregando algo pesado para o carro. A investigação quer saber se seriam os corpos das vítimas, já mortas na casa.

Câmeras

As suspeitas sobre a filha ganharam força depois de as imagens da câmera de segurança mostrarem que ela e a mulher estavam na casa na noite do crime. Por diversas vezes, as duas foram flagradas manobrando os carros da família. O carro de Ana Flávia e Carina também é visto entrando e saindo do local várias vezes. Em depoimento à polícia, Carina, que chegou às 20h ao local, alegou ter entrado por volta das 22h. Câmeras mostram que ela usava um casaco com capuz, mesmo fazendo calor, o que também gerou desconfiança da polícia.

Quando o veículo da família deixa o condomínio, por volta de 1h, o carro de Carina e Ana Flávia sai na frente. Duas horas depois, os corpos de Flaviana, Romuyuki e Juan são encontrados.

Segundo a polícia, ao serem questionadas para onde seguiram após deixarem o condomínio, cada uma das suspeitas disse que se dirigiram a lugar diferente. A polícia vai pedir a quebra do sigilo telefônico das duas mulheres para analisar sua troca de mensagens.

Lucas Domingos, advogado do casal, nega qualquer tipo de participação das duas com o crime e diz que não ter certeza se há contradições em seus depoimentos.

A polícia investiga se Flaviana, a mãe, teria sido obrigada a dirigir seu próprio carro com os corpos do marido e do filho. Imagens de câmeras de segurança do condomínio mostram o momento da saída do Jeep que, mais tarde, seria encontrado com os três mortos. Também está sendo apurada a hipótese de Flaviana ter sido rendida antes mesmo de chegar em casa e de seu corpo ter sido transportado no porta-malas junto com os outros dois.

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