TJ-SP nega liberdade de suspeito de atear fogo em Borba Gato
Na sexta (30), a Justiça prorrogou a prisão cautelar de Paulo Roberto da Silva Lima por mais 5 dias. A mulher dele já foi solta
São Paulo|Letícia Dauer, da Agência Record
O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) negou habeas corpus a Paulo Roberto da Silva Lima, também conhecido como Galo. Ele é suspeito de atear fogo na estátua do bandeirante Borba Gato, na zona sul da capital.
Na última sexta-feira (30), a juíza Gabriela Marques da Silva Bertoli prorrogou a prisão cautelar dele por mais cinco dias e concedeu alvará de soltura a Gessica de Paula Silva Barbosa, esposa de Paulo.
Na tarde deste domingo (1º), o desembargador Walter da Silva, da 14ª Câmara do Tribunal de Justiça de São Paulo, indeferiu o pedido liminar de habeas corpus para revogação da prisão temporária de Paulo.
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Segundo a defesa do acusado, "a decisão do tribunal é arbitrária e ilegal, uma vez que não estão preenchidos os requisitos da prisão temporária e Galo está contribuindo com as investigações".
Ainda de acordo com a defesa do suspeito, a decisão tem caráter político porque Paulo faz parte do movimento Motoboys Antifascistas. A equipe jurídica informou que busca reverter a decisão no Superior Tribunal de Justiça.
Prisão
Paulo teve a prisão temporária decretada na quarta-feira (28) por participação no incêndio do monumento em Santo Amaro no sábado (24).
Galo é integrante do Movimento Periférico, grupo identificado como organizador do ato que incendiou a estátua. Ele se apresentou no 11º Distrito Policial de Santo Amaro. Momentos depois, a decisão da Justiça foi anunciada.
A esposa de Paulo também compareceu à delegacia para colaborar com as investigações e foi surpreendida com o pedido de prisão temporária. Segundo a defesa, ela não esteve presente durante o ato que resultou no incêndio.
Danilo Oliveira (Biu) também compareceu de forma espontânea à delegacia para auxiliar nas investigações e assumiu participação no ato, mas não foi detido.
A polícia já tinha indiciado Thiago Viera Zem, de 35 anos, dono do caminhão que foi usado para o transporte de pneus até a estátua de Borba Gato. Thiago foi solto após pedido da Defensoria Pública de São Paulo.
Incêndio
De acordo com a Polícia Militar, cerca de 20 pessoas atearam fogo em pneus colocados na base do monumento. O Revolução Periférica assumiu a autoria do incêndio. Imagens publicadas nas redes sociais mostram o momento em que uma faixa do grupo é exibida diante da estátua em chamas.
Os bombeiros controlaram o fogo cerca de 10 minutos após o início. Quando a polícia chegou, os manifestantes já haviam deixado o local. Não houve registro de feridos.
A estátua do bandeirante continua de pé, mas houve danos à estrutura. O monumento de concreto tem cerca de 13 metros de altura. Segundo a prefeitura, um empresário vai custear a reforma de Borba Gato.