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Aumento de doenças oncológicas em jovens explica encarecimento da saúde particular no país

Segundo levantamento, inflação médica deve passar de 11% em 2025; estudo leva em consideração fatores como preços de planos de saúde e medicamentos

Saúde|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Inflação médica no Brasil deve ultrapassar 11% em 2025, com custos de saúde mantendo-se altos.
  • Aumentos são atribuídos à falta de regulação dos planos de saúde e ao aumento de doenças oncológicas em jovens.
  • A inclusão de cuidados com a saúde mental e novas tecnologias também contribui para o encarecimento dos planos.
  • Empresas têm adotado planos de saúde mais baratos, afetando tanto trabalhadores quanto empregadores.

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O brasileiro está pagando mais caro em planos de saúde, consultas e medicamentos. De acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria e corretora de seguros WTW, que analisou esses dados, chegou-se à conclusão de que o aumento da inflação médica no Brasil deve ser de mais de 11% em 2025. A projeção para 2026 é a mesma, isso significa que os custos da saúde privada no Brasil irão manter-se acima da média global e abaixo da registrada na América Latina.

Para compreender melhor os motivos por trás da inflação e as consequências que ela vai trazer para o futuro, o Jornal da Record News entrevistou nesta quinta (18) Walderez Fogarolli, diretora de consultoria de saúde e benefícios da WTW Brasil. Ela explicou na entrevista que para entender melhor o aumento da inflação é necessário analisar a variação de custos médicos hospitalares (VCMH), uma diferença que abrange todas as atividades médicas, internações a realização de exames.


Aumento de casos de câncer em pessoas de até 40 anos não só é preocupante, mas também está diretamente ligado ao encarecimento da saúde brasileira Reprodução/ Record News - 02.02.2025

O resultado dela depende de dois fatores: a frequência do uso — comportamento do usuário e dos profissionais de saúde em relação à solicitação de exames — e o custo do uso dos exames. A pesquisa concluiu que a maioria das despesas está localizada nas novas tecnologias adotadas pelo mercado, medicamentos e até mesmo casos de desperdício e fraudes. A especialista afirma que a inflação é um passo para trás depois do barateamento ocorrido entre 2020 e 2022 e que ela está diretamente relacionada ao aumento de doenças oncológicas em jovens.

Ela detalha mais sobre o caso: “Em 2021 tivemos um pico muito elevado e as operadoras acabaram implementando medidas de contenção. Novas negociações com os prestadores, maior regulação, auditorias médicas, ajudaram a controlar um pouco [...] temos visto uma incidência maior de câncer em pessoas abaixo dos 40 anos. Precisamos atuar nessa prevenção que ainda é falha e também atuar nesse processo da educação do uso adequado do plano de saúde sem que haja desperdício”. Ela lembra que outro ponto que merece atenção para regulamentar ainda mais os preços é a judicialização do sistema de saúde, para evitar a aprovação de procedimentos que ainda não foram cobertos pelos planos.


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Fora isso, ela destaca que a inclusão de cuidados com a saúde mental nos planos também é responsável pelo encarecimento, mas que ainda assim ela acredita ser necessário inseri-los nos pacotes devido à crise de ansiedade e depressão pela qual o povo brasileiro é afetado junto dos tratamentos de pessoas com espectro autista, que vêm aumentando de preço nos últimos anos.

Quando questionada sobre como a inflação médica afeta o bolso das famílias que fazem uso da saúde particular, Walderez esclarece que não só o trabalhador, mas também o empregador é afetado e que por conta disso muitas empresas já têm adotado medidas referentes à diminuição da cobertura, como planos de saúde mais baratos e optando por modelos em que o cliente ou seus dependentes precisam pagar um percentual cada vez que é realizada uma consulta.


A diretora expõe que um dos motivos pelo Brasil ter uma média maior do que a do resto do mundo. Ela pontua que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), responsável pelos planos de saúde do país, cria planos muito amplos e de acesso livre, algo que não acontece na maioria dos países, que possuem protocolos que levam aos medicamentos e tratamentos corretos. “Aqui no Brasil não existem muitas barreiras e os usuários usam, muitas vezes por desconhecimento e não por má-fé, acabam usando recursos indevidos, porque não existe uma necessidade de um direcionamento prévio.”

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