Bebê é operado no útero da mãe em São José do Rio Preto, interior de SP

Procedimento corrigiu má-formação congênita que faria criança nascer com intestino fora do abdômen; cirurgia era inédita no mundo, diz hospital

19/06/2019 - 07h51 (Atualizado em 21/02/2024 - 16h19)

Um bebê com 33 semanas foi operado na segunda-feira, 17, no útero da mãe, em São José do Rio Preto (SP), para a correção de má-formação congênita que faria a criança nascer com o intestino fora do abdômen. O Hospital da Criança e Maternidade (HCM), onde o procedimento foi feito, afirma que a cirurgia é inédita no mundo. Até então, o procedimento para corrigir a má-formação, conhecida como gastrosquise, só era feito após o nascimento da criança.

A fetoscopia foi realizada por uma equipe com médicos do HCM, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, Universidade de Taubaté (Unitau) e Hospital de Baia Blanca, da Argentina. Segundo a assessoria, o ineditismo fez a equipe ser convidada para apresentar a cirurgia no Congresso Mundial de Medicina Fetal, que acontece no fim deste mês, na Espanha.

Os médicos precisaram de 1h40 para o procedimento, considerado minimamente invasivo. Foram feitas quatro pequenas incisões na barriga da mãe para a introdução dos instrumentos que permitem ver o interior do útero e corrigir a má-formação. O intestino foi recolhido à cavidade abdominal e a parede muscular, fechada.

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Conforme o especialista em medicina fetal do HCM, Gustavo Henrique de Oliveira, a nova técnica traz benefícios importantes para a saúde do futuro bebê e da mãe. "O primeiro é a segurança do procedimento, pois o feto é operado em ambiente o mais estéril possível, que é o útero materno. Com isso, o risco de infecção é extremamente reduzido."

Outra vantagem, segundo ele, é o fato de o bebê nascer sadio, o que permite mamar imediatamente no seio da mãe e ter alta hospitalar em três ou quatro dias. Já o bebê que se submete à cirurgia após o nascimento tem as alças intestinais muito inflamadas, o que o impede de mamar e precisa permanecer, em média, 30 dias internado, recebendo nutrição parenteral. Só após esse período, ele pode ter contato com o seio materno.

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Saiba mais: O que dá para saber do bebê quando ainda está na barriga da mãe

O médico argentino Javier Svetliza ressaltou o benefício no aspecto emocional. "Ao saber que o futuro filho tem uma má-formação como esta, a mãe sofre muito. Poder corrigir o problema ainda no útero dá um alívio enorme para a mãe, mudando todo seu aspecto emocional e de saúde nas últimas semanas da gravidez", disse. O HCM de Rio Preto foi escolhido porque já realiza há cinco anos a gastrosquise convencional.

Veja oito mitos e verdades sobre a gestação:

Sexo é proibido durante a gestação (MITO)
“Podem e devem fazer sexo se tudo estiver transcorrendo bem durante a gestação. Se a gestante tiver sangramentos, descolamento ou placenta prévia, por exemplo, o ato sexual é contraindicado. Em relação ao orgasmo durante a gestação, ele pode ser intensificado, devido ao aumento do fluxo sanguíneo na região da pelve”, comenta Isabella Lozano.

Grávidas não devem tingir o cabelo (VERDADE)
“As tinturas de cabelo (principalmente as mais antigas) e compostos usados para alisamentos e permanentes contêm muitas substâncias que são absorvidas pelo couro cabeludo (entre as quais a amônia, o benzeno ou formol), região bastante vascularizada, que chegam até o bebê e podem prejudicá-lo”, explica a ginecologista e obstetra Isabella Lozano.

Gravidez não combina com bebida alcoólica (VERDADE)
“Não sabemos ao certo quanto o consumo de álcool durante a gestação pode afetar o desenvolvimento de um bebê, portanto, aconselhamos que mulheres grávidas não tomem nenhuma dose de bebida alcoólica”, alerta a médica.

Gestantes não podem consumir antibióticos (MITO)
“É sempre bom lembrar a importância da medicação sob orientação médica, sendo assim, seu uso é criterioso. Quando indicado, é avaliado dose, tempo de uso e a categoria que o antibiótico se encontra e, principalmente, a fase gestação”, justifica a médica.

Grávida não pode fumar (VERDADE)
“Fumar provoca danos irreversíveis no organismo de qualquer pessoa, mulheres grávidas tabagistas aumentam a probabilidade de futuros problemas na sua saúde e de seu filho. O bebê cresce e se desenvolve no ambiente uterino que está em permanente contato com a mãe e, consequentemente, com todos os ambientes externos que tenham contato com o organismo da mãe. O tabagismo na gravidez aumenta as chances de aborto espontâneo, restrição do crescimento fetal, prematuridade e até a morte do bebê”, esclarece Isabella Lozano.

Alguns alimentos devem ser evitados durante a gravidez (VERDADE)
“O consumo de uma refeição equilibrada e saborosa de alimentos mantém a mãe saudável durante a gravidez e estabelece os alicerces essenciais para o crescimento saudável do seu filho. Carnes cruas, legumes mal lavados, carboidratos refinados (arroz branco, farinha branca, açúcar branco), excesso de café e refrigerantes devem ser evitados. É importante o aumento do consumo de verduras e fibras”, recomenda.

Viajar de avião pode ser um problema na gestação (MITO)
“Não há problema em viajar de avião no primeiro e segundo trimestre de gestação, até 27 semanas. Existem algumas complicações que ocorrem durante o pré-natal que também podem restringir algumas gestantes, como a história de parto prematuro, sangramentos e hipertensão. Nestes casos, a liberação é realizada pelo obstetra. Entre 28 e 36 semanas até é possível viajar de avião, mas algumas companhias aéreas têm restrições. É importante ressaltar o risco de trombose ligeiramente aumentado durante a gravidez em viagens de avião, o uso de meias elásticas sob orientação médica é recomendado”, diz.

O contato da gestante com gatos deve ser evitado (MITO)
“Sempre costumo escutar absurdos sobre a relação entre gestante e gatos. Gostaria de lembrar que não há problema em tocar em gatos durante a gestação! Só não é aconselhável que gestantes susceptíveis a toxoplasmose troquem a caixa de areia do animal”, revela.

Sexo é proibido durante a gestação (MITO) “Podem e devem fazer sexo se tudo estiver transcorrendo bem durante a gestação. Se a gestante tiver sangramentos, descolamento ou placenta prévia, por exemplo, o ato sexual é contraindicado. Em relação ao orgasmo durante a gestação, ele pode ser intensificado, devido ao aumento do fluxo sanguíneo na região da pelve”, comenta Isabella Lozano.