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Casos de dengue no inverno em 2024 já superam o registrado em toda a estação no ano passado

Até a última semana epidemiológica, foram confirmados 206.952 casos de dengue em 2024 no período do inverno

Saúde|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

Casos de dengue no inverno de 2024 já superam total registrado em toda a estação do ano passado
Este ano, o Brasil registrou mais de 6 milhões de casos prováveis Fernando Frazão/Agência Brasil - Arquivo

Os casos de dengue no inverno de 2024 já superam o total registrado em toda a estação do ano passado. Até a última semana epidemiológica, foram confirmados 206.952 casos de dengue em 2024, comparado a 123.833 casos registrados durante todo o inverno de 2023, segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde.

Normalmente, o inverno é um período de redução nos casos de dengue devido às baixas temperaturas, que dificultam a eclosão dos ovos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Contudo, o inverno de 2024 apresenta uma situação diferente.

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Nos meses de inverno, que ocorrem de junho a setembro, os casos de dengue costumam cair devido às temperaturas mais baixas, mas especialistas atribuem a alta deste ano a fatores como mudanças climáticas e rescaldo da alta histórica registrada nos primeiros meses deste ano.

O início do inverno, em 21 de junho, coincide com a 25ª semana epidemiológica, utilizada para monitorar a dengue e outras doenças. Em 2023, foram confirmados 19.287 casos de dengue nesta semana, o maior número registrado até então. Em 2024, esse número mais que triplicou, saltando para 65.186 novos casos.


Entre 21 de junho (semana 25) e 1º de agosto (semana 31) de 2024, foram registrados 206.952 casos de dengue. Em comparação, durante o mesmo período em 2023, foram confirmados 82.194 casos. Mesmo considerando um período mais longo no ano passado, de 21 de junho até 23 de setembro (semana 38), o total foi de 123.833 casos, ainda significativamente menor do que o número já registrado em 2024.

Embora o avanço do inverno e a diminuição das temperaturas tenham reduzido o número de novos casos, a dengue não desapareceu. Ao longo de todo o ano, foram notificados 6.446.748 casos prováveis de dengue em todo o país, resultando em uma taxa de letalidade de 0,08% de acordo com a última atualização do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde. O coeficiente da doença no Brasil, neste momento, é de 3.170,1 casos para cada 100 mil habitantes.


A faixa etária mais afetada é a dos 20 aos 29 anos, seguida pelas faixas de 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e 50 a 59 anos. Os grupos menos afetados são os menores de um ano, pessoas com 80 anos ou mais, e crianças de um a quatro anos.

Entre os Estados, São Paulo lidera em números absolutos de casos de dengue. Em seguida, estão Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. No entanto, quando se considera o coeficiente de incidência da doença, o Distrito Federal aparece em primeiro lugar, seguido por Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.


No momento, o Ministério da Saúde afirma trabalhar na organização da rede de assistência aos pacientes, capacitação de profissionais, reavaliação do fluxo de atendimento e estudos sobre os casos graves em discussões com o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAs).

A situação atual acende um alerta para a necessidade de reforçar as medidas de prevenção e controle da dengue, especialmente em períodos em que, tradicionalmente, a incidência da doença tende a ser menor. As autoridades de saúde seguem monitorando de perto a situação e promovendo campanhas para conscientizar a população sobre a importância de eliminar os focos do mosquito transmissor.

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